27/08/2009

As militares não são assim tão sensuais como as imaginara

De cada vez que vejo os videos promocionais das tropas especiais não posso deixar de pensar que a vida militar está cheia de recrutinhas enganados pelos filmes do Rambo.
A música épica que acompanha a promoção, as armas e fardas modernas e limpas, os Hummer que nem nos pertencem, a união da equipa, a glória implícita, faz pensar que no final de uma intervenção militar de elite teremos o quartel cheio de magníficas loiras despidas a saudarem os bravos heróis, com copos de champanhe e um porco no espeto.
Pobres recrutas, nem imaginam que só para aí metade (?) deles é que chegam ao fim do curso e que, pelo caminho, têm que levar com Sargentos com a 4ª classe a urrar toda a espécie de animalidades acéfalas. Isto para não referir as agruras das lamas e ribeiras às 3 da manhã de Janeiro em cuecas, entre outras sobremesas servidas no alto de redes e muros com arame farpado e correrias pelo mato.
Da minha parte tive o meu quinhão de vida militar no quartel de Ajuda, em cuecas com os outros mancebos, a receber bramidos de um qualquer alarve com farda e de fita métrica na barriga. E, o melhor, é que as gajas fardadas, ao contrário dos meus sonhos, não são assim tão sexy e ainda conseguem ser mais oligofrénicas que os companheiros machos.

19/08/2009

Ninguém dá cartões amarelos às gajas que mostram as mamas nos concertos de rock

Declaração de interesses: não sou sportinguista, Deus me perdoe, e, desde que não me belisque o FC Porto, o Sporting pode ficar com o lugar que quiser na liga, pouco me importa. Aliás, adoro assistir sentado ao campeonato da 2ª circular - horas de vida ali passadas a snifar monóxido de carbono - , a disputa pela pré-eliminatória da Champions e às guerras de palavras que os totós das respectivas direcções (e adeptos) levam a cabo todos os anos, reminiscências das cabazadas que infligem uns aos outros com alguma regularidade.
Mas a expulsão do Vukcevic, proporcionada pelo 2º amarelo, é o tal caso que me faz pensar que os reponsáveis da FIFA e UEFA são todos portadores de um mono-colhão ou nunca jogaram futebol, ou, então, são apenas ex-jogadores, centrais duros de rins de 2ª divisão, cuja canela dos adversários começava no dedo do pé e acabava 2 cm acima da maçã-de-Adão. Ou, talvez, tenham todas estas qualidades. Explico: o golo é o objectivo do Futebol. Sem golo o adepto não faz festa e os jogos não têm vencedores. Sem vencedores não há derrotados - Benfica e Sporting. Sem os cabeçudos atrás não há alegria, sem alegria não há público, sem estes não há dinheiro de patrocinadores, não sobra nada. Ou seja, o golo é a cena. Quando o feioso do Vuk marca o golo, aquilo, para ele, é o escape de anos e anos a levar porrada da mãe e dos colegas de turma da primária, das orelhas de burro na escola, da carta tirada à 8ª vez, daquelas quecas frustradas por falta de tusa, daquele bolo que ficou colado no pirex, das trancadas com o dedo mindinho nas esquinas de casa, das piçadas no balneário do Paulo Bento, etc. E o mesmo se passa com o adepto: quando o Vuk marca o golo é a explosão de ressabiamento do Vilela, da fila 25, lugar B, é o soco nunca dado no vizinho do 7D por lhe ter comido a mulher, é o "vai p'ó caralho" nunca dito ao chefe por não o aumentar desde a adesão à CEE, é a nunca concretizada operação para remoção do furúnculo na peida. E isto apenas para dizer que é incompreensível a admoestação do jogador de futebol que tira a camisola para festejar o golo. O golo é a explosão dionisíaca de ódios e amores, se se tira a camisola é porque ela actua como colete de forças e impede a sublimação do espírito. Ninguém dá cartões amarelos às gajas que mostram as mamas nos concertos de rock.

05/08/2009

Nas saladas comigo

Chegados ao mais irreal mês do ano civil, inicio as minhas crónicas com salada (que é como quem diz não tenho nada de jeito para dizer, mas não posso ficar aqui a olhar as paredes, tipo Santana Lopes e etc.):
  • vinagrete - o Isaltino vai, à partida, de cana. Não por que tenha feito alguma coisa mal, mas porque é uma vítima - afinal só aproveitou guita que sobrou da campanha eleitoral, subvenção do Estado, i.é., eu e todos os que descontam. Mas isso leva o Tino a demitir-se, ou a não se recandidatar? Claro que não, são coisas distintas. Uma coisa é roubar, outra é governar dinheiros públicos enquanto autarca. As duas não se misturam.
  • mista, com tomate e alface - soube através da blogosfera que um crítico de cultura do Público foi ao SBSR no Restelo fazer a cobertura, entre outros, dos The Killers. No seu texto publicado escrevera que não grama os The Killers, mas que até haviam sido bons profissionais, só que preferia outras cenas. E mais, escreveu que estava pouca gente nas bancadas, tipo os jogos do Belenenses, em que só comparecem os indefectíveis- os velhinhos do restelo! Parece que foi uma algazarra do caralho com a tribo killeriana a mandar para lá (Público) críticas ferozes pelos comentários abonatórios e pedirem, aqui del Rei, que o galego fosse demitido. O Provedor do jornal, que como qualquer provedor é uma figura sempre adorável, dispensável e parda, como um panda em peluche ou uma cadeira de jardim em verga, veio dar razão aos insurgentes, porque não se deveria ter enviado um jornalista reportar uma banda da qual não se gosta. Mas o sal que tornou esta salada uma coisa boa, menos recomendável para hipertensos, mas boa, foi a direcção do Belenenses ter emitido comunicado (abstive-me de ler, não porque não quisesse, mas porque o site estava em manutenção - portanto vou apenas fazer o que a imprensa séria faz , como o Público, que é citar/parafrasear bloggers/blogs) a proclamar a nobreza do clube, que chamar velhos era uma afronta e que não mais comprariam o jornal e que o jornalista era sei lá mais o quê, boi e coisas que tal, exigindo um pedido de desculpas público. No fim desta merda, o director-adjunto do Público veio dar a mão à palmatória num editorial merdoso, digno de ficar nos anais e rectos de todos os jornalistas.
  • com frango e molho de ervas - não foi frango, mas ouvi o golo foi um chouriço daqueles... ouvi dizer que o Sporting fez um jogo bem ao estilo 2ª circular. Não visionei o jogo todo, apenas os últimos 15 minutos e não tentei cortar os pulsos mais que em 2 ocasiões, portanto, socorri-me de fontes externas para deliberar que os lagartos são uns mijadinhos do caralho. A ver a arara do Rui Patrício a subir no canto deu-me vontade de rir, mas quando ouvi o Paulo Bento esta manhã na TSF, nas larachas, a dizer que mereceu passar a eliminatória quase que espetei o carro na vala, tal foi o júbilo.