28/04/2010

Temor e Tremor

Aqui no burgo é assim: 11 e 13 de Maio há ponte, diz o Governo; a 11 e 13 de Maio as actividades mantêm-se, diz o Magnífico. Ou seja, a 11 e 13 é preciso trabalhar. Quem vem trabalha, quem não vem não trabalha. Quem vem trabalhar recebe, que não vem trabalhar também recebe.

Adenda: solução encontrada pelo Magnífico. Quem não pode ir ver o Papa (a partir da Costa da Caparica) deixa a gravar e pode ver noutro dia. Tudo a bem da igualdade.

23/04/2010

Coma mais vegetais

"El pollo tiene hormonas femeninas. Por eso, los hombres, cuando comen ese pollo tienen una desviación en su ser como hombres". Evo Morales, Presidente da Bolívia
Se for à Bolívia não coma frango, pela via das dúvidas.

21/04/2010

Que querem eles?

Nos últimos tempos a imprensa nacional tem dado eco à procupações de uma série de personalidade ligadas actualmente e no passado ao FMI, a políticos de países europeus e também a jonalistas e cronistas de economia estrangeiros, como os do Financial Times. Estes temem que Portugal se torne a nova fonte de preocupações mundias dos mercados, emparelhando com a Grécia, devido às nossas contas públicas arriscarem a bancarrota. Os nossos políticos não ousam comparações e desmentem categoricamente esta analogia, vide Teixeira dos Santos, Sócrates, Cavaco, etc.
Que será que querem de nós estes senhores?
http://www.youtube.com/watch?v=ZUJts90HIHc

20/04/2010

Annus horribilis

No quase, quase culminar de uma época para não repetir, o azar ainda vem bater à porta mais uma vez. Depois de Varela, Micael é mais um seleccionável que fica de fora. Está visto que temos que levar a tropa do costume, Edinho incluído.

Curiosidades

 Todos desconfiamos que as petrolíferas andam a meter-nos a mão no bolso. O preço do petróleo caia ou suba, os combustíveis estão sempre uns cêntimos mais caros que no "periodo homólogo".
E então, como quem assobia para o ar, os departamentos de marketing foram todos chamados para disfarçar isto. Agora é ver as gasolineiras todas a distribuirem cartões, vales, raspadinhas e SMS para termos uns descontecos.
No meu carro guardo: cartão de pontos da Galp; cupão de compras Galp, cujo número de série tive que validar na internet para ter € 0.05 de desconto no próximo abastecimento, mais o respectivo SMS de confirmação do prémio; vale de desconto Galp para compras no Modelo/Continente; cartão de pontos Repsol; cartão de pontos BP; cartão azul de desconto BP/Holmes Place para ter € 0.03 de desconto; vales de desconto BP/Lidl de € 0.06 por litro no próximo abastecimento; vales de desconto BP de € 1.5 euros em compras no Lidl  superiores a € 30; vale de desconto 5 à sec no valor de € 0.06 por litro em abastecimentos na BP.
Enfim, tenho que me organizar de véspera, com uma folha Excel, quando vou meter gasolina ou comprar pão e detergentes, estudando as diversas variáveis, como o caminho mais em conta, o desconto mais apetecível, os prazos para utilização...blá, blá.
Assim não gosto muito.

07/04/2010

Da poupança


A Ryanair, na sua inscessante busca de criação de condições de conforto aos seus clientes, vai mesmo avançar com a cobrança da utilização dos WC nos aviões, segundo o jornal da Sonae. Assim ainda se acabam com algumas cabines de WC nos aviões e se arranjam mais uns lugares a € 25 para Roma ou para Odivelas. Um dia destes ainda será possível ver algum português a mijar atrás do lugar 14C, para poupar uns trocos, como se faz ali por trás do quiosque do Graciano quando dá o apertozinho.

Um certo aroma a enxofre

Quando o sector da indústria, rico e poderoso, se reúne em manifesto sente-se sempre um cheiro a enxofre no ar: esta gente não olha senão ao capital e nem vale a pena falar-lhes em coisas como sustentabilidade, se não for a sustentabilidade económica dos seus investimentos. Certo, criam riqueza e empregos. Por isso lhes dou algum crédito nesta questão. O nuclear, não sendo o futuro do planeta, encerra em si, pelo menos, a necessidade de ser discutido abertamente, principalmente por nós, que não temos quaisquer recursos energéticos fósseis e que somos demasiado dependentes do estrangeiro nestas matérias. Tem vantagens: extremamente energético, logo relativamente barato a longo prazo; não produz CO2, o que é fixe para as metas de Quioto e tal; é pouco dependente de factores especulativos, como o petróleo. Mas tem desvantagens: tecnologia dispendiosa e inexistente em Portugal; produz resíduos extremamente poluentes e de caríssima eliminação; é uma energia não renovável, logo dependente de matéria prima finita; e, mais, ninguém quer uma central nuclear à porta de casa.

As energias renováveis existem e têm-se expandido graças à legislação actual, que obriga à entrada na rede da electricidade gerada pelas renováveis, e pela subsidiação governamental, mas também é esse o papel que imagino para o Estado: criar condições de crescimento sustentável, desenvolvendo os recursos  existentes, mesmo que a fundo perdido - tal como fazemos com o SNS, por ex, não é suposto dar lucro. A chatice é que por estes motivos pagamos a electricidade mais cara.
Por isso creio que a discussão do nuclear deve ser feita, não com a perspectiva de se construirem centrais que encham os bolsos aos investidores, mas com o fito de isso incentivar o nosso crescimento económico e a diminuir a nossa dependência energética face ao estrangeiro. É um erro não se fazer este debate com base em preconceitos de segurança (Chernobyl e outros que tais foram, felizmente, indecorosas excepções).