05/02/2006

Amores de Domingo

Esta pessoa sou eu, mas numa versão de género feminino

Este dia da semana, que nem sabemos se é o primeiro ou o último, mais parece um dia de parvos na estrada. Todos dormem até tarde, menosprezando as qualidade de um rico pequeno almoço. Quem não dorme até tarde passa o dia a enervar os condutores, como eu, que trabalham e precisam ir para o posto de serviço. Destes destaco os seguintes grupos de pessoas:
os que vão correr em calções ridiculamente pequenos ou calças claustrofobicamente justas
os que andam de bicicleta
os condutres de fim-de-semana que passeiam ou vão visitar a família
Do 1º grupo não tenho nada a apontar, excepto que me distraem enquanto conduzo. Sim, aquela indumentária desportiva faz-me rir e quase despistar com o meu carro. Dou por mim a olhá-los pelo retrovisor, apreciando as tísicas coxas do português.
Dos outros tenho verborreia a vomitar. Os ciclistas de Domingo têm o hábito de pedalar em conjunto, qual grupo de miúdas com vontade de mijar. O problema é que o fazem ao molho, e não em fila, bem encostadinhos à direita para perturbar o trânsito o menos possível. Nervos! Nervos! Apetece encostar o capot do meu 111 ao rabo dos 27 cinquentões ciclistas de faces congestionadas e a suar bátegas, abalroando-os em direcção à berma, mandá-los para a vala ou contra o rail de protecção, para testarem os seus reluzentes capacetes.
Dos últimos então tenho que me controlar a valer. Com os seus carritos limpinhos, a brilhar, incluindo jantes e pneus, não passam dos 42 km/h, na faixa do meio, enquanto conversam animadamente com os seus 4, 6 ou 8 convivas de automóvel, todos gesticulando e rindo fartamente. Ora bem, neura já eu tenho por me levantar cedo, antes das 10h. Neura já eu tenho por ter que ir trabalhar. Mas tudo bem, é sempre assim. Mas não me obriguem a contemplar a vossa bonomia de fim-de-semana. Acelerem firmemente ou encostem-se bem à direita e porque eu estou em brasa e tenho uma buzina up to date, que solta altos decibéis à mínima irritação. Ahhh e sei fazer o dedo!

03/02/2006

Quero um WC só para mim

Se há coisa que me incomoda é o mundo da casa de banho partilhada.
Os lavabos público encerram em si uma imensidade de pessoas com comportamentos estranhos: desde o velho que faz o típico olhão para a nossa "longaniza", passando pelo senhor que mostra calmamente o seu mundo gasoso aos demais cidadãos enquanto urina, não esquecendo os engatas gay com perguntas curiosas, gajos que mijam e salpicam o chão todo, até às bainhas das calças, sapatos e tudo, os que passam horas em frente ao espelho a espremer coisas ou os que passam dias completos a tentar enxugar as mãos no fio de ar que corre do secador de mãos semi-avariado (odiosa invenção), ou até o senhor que está a evacuar no seu compartimento privado mas que todos irremediavelmente ouvem o estertor da sua anal parideira.
E então que dizer das bestas que, em três urinois bem juntinhos, decidem fazê-lo no do meio, levando-me a tomar uma decisão que não comprometa a minha necessidade de mijar, não esquecendo que o adoro fazer afastado de pessoas pelo menos à distância de 48 cm?