29/12/2006

Saddam

Este fim-de-semana, em que muitos de nós nem vão ver as notícias, Saddam vai à forca e escreve o seu nome no passeio das estrelas da História. Vira-se a página no Iraque e a nova é ainda mais sangrenta e nojenta. O futuro mártir Saddam vai inspirar mais ódio, porque ódio com ódio se paga. Ele paga-o com a forca, após décadas de despotismo e de horror por ele infligido, mas outros o cobrarão com o seu nome na factura.

Maus hábitos


Eu até gosto de passagens de ano, afinal estamos a enterrar os dias do antigamente com os seus maus hábitos e a celebrar o início de bons costumes: ano novo vida nova, nova dieta, agora é que eu vou empenhar-me a sério no trabalho, prometo tirar notas fabulosas este semestre, vou ajudar a minha mãe em casa, aprender a passar a ferro... Claro que sim.
Então bebemos, embriagamo-nos, e rimos muito.
Mas o que realmente me leva ao júbilo é que para lá pago um balúrdio de portagens e para cá, no regresso, no ano dos novos comportamentos, já pago um balúrdio e picos de portagem.
Felizmente existe a inflação para nos recordar que o salário aumenta, mas na realidade não aumenta.

23/12/2006

Pedra no sapatinho


Eu quero que o Natal se dane. Esta é a minha sentença de ante-véspera de Natal.
O disparo de consumo faz com que a minha empresa labore o triplo durante o mês de Dezembro e quem lá trabalha tem duas opções: ou mete baixa ou arranha que nem um camelo. Um dos espertinhos, insuspeito do costume, começa a fazer-me espécie... de tão caladinho, ninguém dá por ele, mas nunca o vi entalado em situação alguma, e agora, em tão propícia e festiva quadra, meteu 15 dias de ronha, " 'tá de baixa" diz a chefe. Pois, como se não bastasse já sermos uma equipa pequena.
Ao menos as 3 horas extra que fazemos todos os dias durante Dezembro têm uma vantagem, é que podemos escolher se são grátis ou de borla.

17/12/2006

Sono


Quando, na minha adolescência, comecei as noitadas imaginava-as assim maravilhosas, eternas, nunca seria capaz de não achar a noite fascinante, principalmente a lisboeta. Essa então, com as peculiaridades de uma grande cidade, seria a eterna noitada, sempre gloriosa. Enfrentava-as sempre fossem quais fossem as dificuldades, chuva, frio, calor, negas à porta, tudo valia a pena. Mas à medida que o tempo vai cruzando a nossa existência, com o trabalho e os afazeres comuns a malharem-nos porrada no corpo, a noite vai tornando-se dura e ruim. E mais, a noite é cara e porca por vezes, como o frio associado ao cheiro das docas, as maquilhagens baratas e exageradas das gajas de Queluz e Barreiro e do fim do mundo, o hálito a alcoól e os comportamentos alterados, grosseiros, os carros quitados na rua a broarem na escuridão e os seus condutores todos iguais com o mesmo boné enfiado em cima dos brincos dourados, os PSP com o colete lá ao longe, os ambientes degradados e desclassificados têm-me retirado a vontade de saír muito. E depois já não são raras as vezes em que desisto a meio, a bocejar que nem uma criança com o copo na mão. A tendência é mesmo dormir cedo, quebrado pela dormência generalizada, pelo excesso de cerveja ou vinho, ou pelo aborrecimento. Nas últimas saídas dei por mim a fechar os olhinhos e a ver todos destorcidos, ainda nem tinha dado o Vitinho. Azar o meu, a noite em Lisboa não começa antes das 2h e não termina antes das 6h ou 7h. Eu que me ajuste à realidade ou vou começar a ficar mais vezes em casa...

09/12/2006

Para 2007 quero que...


... os Arcade Fire venham a Portugal. Entre outras coisas.

05/12/2006

Nem pensar mais nisso


Estou de férias e dei por mim, há pouco, a telefonar para o emprego para perguntar como estão as coisas, se precisam de ajuda nalguma questão.
De ajuda preciso eu, que tenho mais que fazer, como dormir e andar de pijama o dia todo a ver chover lá fora, ou então ir gastar o "enorme" subsídio de Natal e, ao invés, ando para aqui a telefonar para aquela gente amarela e verde... Felizmente que o telefone estava ocupado e ninguém me atendeu!

21/11/2006

You gotta' fight for your rights to party


Li que a Festa da Música, o evento do CCB mais esperado todos os anos, não vai voltar a realizar-se.
Ao que parece o orçamento previsto para este ano no CCB não poderia contemplar tamanha despesa em apenas um fim-de-semana. O evento anual era mesmo algo excepcional, pois poderíamos assistir a imensos concertos a preço democráticos. E a democratização da música clássica era mesmo o ponto mais forte desta Festa. No entanto, como tudo na nossa vida, tem um custo e a sua realização poria em causa a realização do programa do CCB para 2007. Mas será que a sua realização não seria imperiosa, como afirma um vereador da CM Lisboa?

18/11/2006

Obrigado, mas não... obrigado!


Era ainda muito jovem, e seguramente ainda mais ignorante do que sou hoje, quando o referendo à ivg se realizou. No rescaldo recordo-me de ter sido feita uma pergunta a um dos pricipais dirigentes do PS, na altura seria Ministro de qualquer coisa, Jorge Coelho, sobre uma eventual remarcação na Assembleia da República de novo referendo após derrota do Sim e com participação abaixo dos 50%, que não vinculava o resultado. Jorge Coelho usou uma expressão que não mais esqueci: periodo de nojo. Na altura pareceu-me uma forma grosseira, até obscena, de dizer que tem que se esperar uns tempos para as pessoas pensarem melhor e redefinirem-se algumas orientações. Percebi depois que é uma expressão delicada e recorrente, inclusivé na terminologia jurídica.
Mas quem não a conhece é Santana Lopes, para quem a fome de exposição é tão grande que até decide regressar à cena política mesmo antes de as pessoas curarem a bebedeira que apanharam após a sua saída de São Bento....

Vacas gordas


Já percebi porque é que apesar de gastar horas e absurdos de energia a rolar na estrada e galgar montes e cabeços não emagreço um quilo que seja: é que sou um natural born fat. Eu faço exercício mas não dou descanso à mesa e ao frigirífico mais tarde. E sim, de que me vale gastar 7500 kcal a fazer 20 ou 30 km de bicicleta pela manhã se chego ao almoço e temos enchidos e queijo da serra, feijoada à transmontana, vinho tinto, leite créme e gelado, tudo muito arrumadinho em 1000000000 kcal?

06/11/2006

Uma verdade


Fui ver o "Uma Verdade Inconveniente", documentário político, claro, não fosse o protagonista, como ele próprio afirmou "o ex-próximo presidente dos EUA", Al Gore, derrotado pelo fungo Bush filho.
Na realidade, a temática é o aquecimento global, observando as suas causas e os seus efeitos, perversos, actuais e a acelerar a um ritmo incrível, desequilibrando o ecossistema global.
A meio do filme apeteceu-me chamar-lhe alarmante, histérico, mas no fim sensibilizou-me e capacitou-me da necessidade de uma resposta urgente, de todos.
A parte política (se é que se pode descompartimentar o que já é totalmente um filme político, na sentido de apelar a uma reforma dos critérios de acção e mentalidade da classe dirigente mundial...) é o facto de a administração Bush ser conveniente e cabalmente atacada; é a visão crítica interna, de quem é americano e entende o verdadeiro papel de potência mundial - não é ser o principal portentado militar e com o seu poderio atormentar todo um planeta, mas é antes ser o líder da acção de liberdade, de inteligência, de cultura e de elevação social, se é que isto significa alguma coisa tangível e concreta. Talvez com Gore a suceder a Clinton o mundo fosse melhor hoje...
No fim: obrigatório a todos ver.

03/11/2006

Por falar em erros...

Estava hoje a limpar a secretária, fazendo a separação do útil e do despojável, quando li este artigozinho no Expresso de há uma semana:
"Luanda, 24 Out (Lusa) – «O Presidente de Angola visita a Rússia entre 30 de Outubro e 01 de Novembro, a convite do homólogo russo, Vladimir Putin, para reforçar as relações de corrupção bilaterais, foi hoje anunciado em Luanda.»
Primeiro parágrafo de uma notícia da Lusa emitida às 20.36 horas do dia 24/10/2006".

Bolas!!
Li depois que a Lusa alterou o primeiro despacho, mudando onde se lia «corrupção» por «cooperação». A Lusa enviou um pedido de desculpas a ambas embaixadas em Lisboa.

Erros


Bem, nem as grandes montras se safam do analfabetismo/ ignorância que anda por aí. Não me tenho como grande comunicador e proeminente linguista, que eventualmente acabará por ser o último guardião da língua portuguesa, mas...não escrevo "fizes-te" para quem quer dizer "fizeste"!
A quem é que o Facebox pediu para fazer a versão portuguesa, ao filho de 16 anos do administrador da empresa em Portugal? Ainda para mais é um erro que me repugna de forma elevada, revela tanta impreparação!
Este tipo de escrita é tão comum que não tardaremos a ter os grandes periódicos com textos cheios destes erros gramaticais que, eventualmente, de tão recorrentes, acabarão por fazer parte do próximo Acordo Ortográfico para a Língua Portuguesa.

28/10/2006

Hora da Treta


Logo às 2h atrasa-se o relógio para a 01h e entramos na hora de Inverno. Hoje o sol nasceu às 07h58 e o ocaso será às 18h42, mas amanhã já estaremos envoltos na depressão nocturna às 18h.
Não sei bem o valor desta medida, só sei que perturba o meu equilíbrio e agrava a melancolia, já tão própria do tempo abstido de sol.
Mas, dirão os chatos, já será dia às 7h. Quero lá saber, ninguém que saber disso, niguém sai para a rua antes das 7h30 e quero lá saber se é de noite, se sair vou quase a dormir, mais vale que esteja escuro.
No Inverno se fazemos noitada, quando acordamos já o dia está a morrer, com aquele sol miseravelmente baixo e amarelo pálido, adoentado, como nós, de resto.
Na realidade, até acho que se poupava dinheiro deixando a hora como está, pois como toda a gente, a gente de escritório, só entra às 9h, mas nunca sai antes das 18h, significa que as luzes dos edifícios já estão acesas às 16h30, enquanto assim ficariam mais tempo apagadas, mesmo com os dias a diminuírem até 21 de Dezembro.
Em rigor estou-me nas tintas, o meu escritório tem as luzes acesas o dia todo. A mudança da hora encurta-nos é o fim-de-semana, os passeios acabem mais cedo. E o que se faz naquelas horas em que já é noite, mas ainda é cedo para jantar? Filhos!?

22/10/2006

Sim, mas


Os Domingos assim são um encanto, a olhar a chuva de dentro de casa em pijama; pequeno almoço tardio, com o jornal na mão; a fazer tempo para um almoço mais elaborado, com um vinho guardado nas profundezas da despensa; mas prefiro os dias de praia ao ar livre, de barriga peluda ao ar para bronzear a alva pele; preguiça sem limites; sandes de atum com tomate por refeição e mar com céu azul a perder de vista.

21/10/2006

Um Expresso por favor


O Expresso está há algumas semanas diferente, tão diferente que comprá-lo era um prazer e agora é um desmando do Diabo. Aqui no meu povoado torna-se ridículo procurar um exemplar após as 11h da manhã de Sábado "ah, já acabou...", "oh, acabou eram 9h30", "olhe vendi agora o último"
Obter o dito semanário é tão difícil para quem fica mais uns minutinhos na cama que o único paralelismo que arranjo é a dificuldade igualmente sentida quando vou ao médico de família. Por este andar não tardaremos a pernoitar à porta da nossa tabacaria, esperando para ser um dos primeiros só para comprar o Expresso.
Ah e constou-me que o responsável é o DVD gratuito que eles colocam no saco. Mesmo que não se ligue nenhuma à literatura, sempre é um filme a € 2.80...

19/10/2006

Referendo parte II


Foi hoje aprovado em Assembleia da República a realização do referendo, o 2º, sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez - o aborto, como rude e boçalmente faz questão de apelidar-lhe o líder de bancada do CDS-PP, Nuno Melo.
O documento que aprovado contém a pergubta a referendar e foi aprovado com os votos do PS - com o contra da víuva do Sousa Franco -, PSD - mais um pacto de regime -, e BE. O CDS absteve-se e a CDU votou contra.
O discurso da CDU não me perturbou. O PCP e os Verdes acham que matérias destas, de civilização e direitos humanos, devem ser votadas na Assembleia da República, sem qualquer discussão pública e não referendáveis. Estou de acordo, é esse o trabalho dos deputados, a responsabilidade de quem é eleito numa democracia parlamentar representativa.~
Mas a questão, já aqui falada até, é que o referendo em vigor - quase 8 anos - foi contrário à despenalização. Logo não se poderá legitimar uma acção dessas políticamente fazendo passar o diplma através da maioria absoluta do PS na Assembleia da República. Apesar de tudo, face á nova visão social dos portugueses, quase todos os partidos farão mobilização, ainda que pelos canais informais, nesta campanha. E o SIM deverá ganhar sem grandes dramas. Aliás, já ninguém tem paciência para o discurso do "eu sou pela vida" ou "não matem o Zezinho". Eu serei pelo simm e não quero que o Zezinho morra , nem tão pouco sou pela morte. Saúde pública, meus amigos, é esta a questão que importa ressalvar. A jovem adolescente, a senhora casada, e as outras todas, elas continuarão a abortar, seja em Mérida, Southampton ou no Restelo, na casa da parteira Beatriz. E estas, sem capital para turismo do aborto, continuarão a aparecer no hospital distrital mais próximo para tratar do útero mal raspado ou da infecção que ameaça alastrar.

12/10/2006

Academia Sueca


O laureado com o Nobel da Literatura é o turco Orhan Pamuk.
Caso não acompanhem o blog que estão a ler não vão achar nada de especial, mas se fizerem um esforço vão recordar-se de um post de algum tempo, em que falámos dele.
O senhor havia sido detido devido a algumas declarações proferidas acerca do "mitológico" extermínio dos arménios na Turquia, tal como os massacres dos curdos. Acontece que o escritor não pensa como os livros e os historiadores turcos pensam, e isso, mais do que o seu mérito literário, que não conheço e não ponho em causa ou em ênfase, lhe valeu o prémio Nobel da Academia Sueca para este ano. Consultem aqui.
A Academia Sueca está efectivamente comprometida com a democracia e com os direitos e liberdades individuais, talvez mais do que com a própria arte literária. Só assim se explica a atribuição em 1998 do Nobel da mesma categoria ao português J. Saramago, oprimido político no seu país e residente em Espanha, nas ilhas Canárias, onde se encontra refugiado.

09/10/2006

Virar à direita


Começo a ficar perturbado com as minhas inflexões de direita.
Dou comigo a pensar que ainda bem que há polícias na rua, ainda bem que os estrangeiros são impedidos de entrar no espaço europeu, duvido que a Turquia traga boas novas para a Europa, quem rouba carros deve ser punido severamente, a segurança social não deve financiar preguiçosos...
As minhas posições mais conservadoras têm vindo a ganhar terreno na minha lógica, face ao velho idealismo esquerdista puro e duro.
Não sei se será a idade ou a tendência para a estabilização, ou sei lá o quê, mas sinto-me a reinventar a minha identidade depressa demais, tão depresaa que nem consigo assumir algumas posições convenientemente. Felizmente, para mim e para o mundo, tenho tentado ponderar a posteriori sobre as questões reactivas (de reaccionáro) que me assaltam frequentemente e desmonto muitos dos preconceitos antes que se cristalizem no meu carácter, nomeadamente todas as questões do primeiro parágrafo.
As próprias alterações profundas que a adminstração do Estado está passar por tem-me perturbado, e velhos chavões deixam de o ser, encostos que se partem, bananeiras que deixam de dar sombra. Mas também bolos com fatias mais pequenas, mãos amigas mais distantes e frias, avaliações mais severas e rígidas, etc.
No fim deste processo teremos todos inflectido à direita, nem que seja mais um bocadinho. O espectro político será mais uma vez reposicionado para o lado direito da vida, para depois nos reinventarmos todos outra vez.

24/09/2006

1988


Segundo a Segurança Social, o meu irmão nasceu a 30 de Fevereiro de 1988, ou seja, num ano trissexto.

23/09/2006

Será?


Será que Ossama Bin Laden morreu?
E se morreu, será que é assim tão importante? E seria ele assim tão preponderante na organização terrorista, da qual se diria ser ele o CEO?

O nacional porreirismo


O King Kard foi surgiu há coisa de ano e meio, salvo erro. A Medeia Filmes e os Cinemas Millenium, os quais até confundo, uniram-se nesta iniciativa e, através de contrato com os utilizadores que obriga a um débito de € 13, temos cinema 2 vezes por dia sem mais encargos que não aqueles do princípio do mês.
Esta semana fomos confrontados com um mail sob forma de comunicado dos cinemas Millenium, proprietários dos cinema do Alvaláxia, dizendo que a Medeia Filmes havia rescindido o contrato com a outra parte, terminando a parceria. A questão óbvia "porquê?" merece uma resposta óbvia (até outros desenvolvimentos) "porque os utilizadores, apesar de terem à disposição os cinemas do Alvaláxia, optavam em larga medida pelos cinemas do Monumental, Residence e King, propriedade da Medeia Filmes, ícones do cinema alternativo ou de culto, ou ambas, na cidade de Lisboa, com um ambiente incomparavelmente mais simpático e acolhedor que o distante e «frio» Alvaláxia. Assim, a Medeia Filmes vendo que tinha à sua disposição quase todo o público lisboeta do circuito alternativo à Lusomundo resolve abdicar de um contrato em que tem que dividir lucros e potenciar o seu negócio, tal é o seu nicho de mercado. Para tal cria o Medeia Card, que é em tudo igual ao seu antecessor, desde as condições de utilização, passando pelo preço e terminado no nome. A emissão do cartão é oferta para os portadores de King Kard".
A outra questão é: e os utilizadores que pagam o serviço? Quando assinei um contrato e me comprometi a pagar a mensalidade foi na expectativa de o utilizar também nas 16 salas do Alavláxia e até do Freeport. Mas não serei concerteza ressarcido das perdas, mesmo que não me tenham avisado por escrito, como me exigiam a mim se denunciasse o contrato. Como se vê não percebo de leis e não me apetece procurar o contrato, mas sei que prefiro o Monumental ao Alvaláxia...

17/09/2006

Referendo


A questão do referendo voltou à minha mente depois de ter ouvido hoje que se realizavam eleições na Suécia.
Ontem postei que a minha crença no referendo era quase nula, pois são questões que o político tem obrigação de defender e aprovar ou não. Em Portugal juntamos o facto que temos cerca de 30% de eleitores a votar em referendos, nas autárquicas, nas europeias... se tanto.
No entanto, no telejornal ouvi que hoje temos legislativas na Suécia, onde também se realizarão dois referendos regionais em conjunto. Tanto quanto me tenho informado, este é um meio que a classe política nórdica, suiça, austríaca, têm de aproximação com o povo, responsabilizando-o pela tomada de medidas mais polémicas e fracturantes. Mas na Suécia, Suíça, Noruega, etc, o povo é um pouco mais responsável, pois tem fama de votar em consciência, para além que têm cerca de 85% de eleitores em cada acto.
Postas as coisas desta forma parece que o referendo poderá ter sentido, afinal a legitimação de 80% de eleitores confere uma força que nenhum político poderá nunca desautorizar ou declarar insuficiente.
E assim segue alegremente um país como a Suécia e a sua Estocolmo, que hoje terá juntamente com os boletins para os deputados da nação um outro em que escolherá a implementação ou não de portagens para se entrar na cidade.

16/09/2006

Uvas D. Maria


Felizmente já chegou a época das uvas D. Maria. É que espero todo o ano por estes rebuçados naturais. São brilhantes e gordas, duras, lindas. Foi enquanto comia um belo cacho de uvas D. Maria que ouvi na TV que o PS e PSD chegaram a acordo quanto a uma data e termos do referendo a realizar à IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez, também conhecido por alguns como o aborto.
Esta questão, que foi chumbada em 1998 no 1º referendo relizado em Portugal, revelou uma enorme falta de decoro democrático da nossa população, para além de coragem política de quem o chutou para o povo decidir. Dos primeiros porque se excusaram a votar neste plebiscito, nem sequer 50% dos eleitores votaram. Dos segundos porque levar este tipo de coisas para um referendo à população é o princípio do fim da democracia representativa. Salve-se o respectivo exagero desta tomada de posição, o conceito de referendo levanta-me muitas dúvidas, pois os políticos estão nos meios de poder com um propósito que é governar e devem assegurar à população a melhor das prácticas económicas, sociais e políticas, garantindo o nosso bem-estar. A questão se o aborto deve ser practicado, num determinado quadro jurídico, dentro dos hospitais e clínicas públicas e privadas, em consonância com a legalidade, deveria ter sido debatido em Assembleia da República e nela votada, mas sempre com o debate trazido para o exterior, onde a sociedade civil, com as suas organizações não governamentais, clericais, anti-clericais, laicas, desportivas, de tricot, acção social, etc, se poderia revelar como um real quarto poder. Mas votar-se-ia no Parlamento.
Também não se gastaram milhões a perguntar-me o que fosse acerca da reprodução medicamente assistida, ou acerca da participação das tropas nacionais em contextos de guerra e paz no estrangeiro, ou se deveríamos aceder à CEE. Entre um milhão de coisas que me ignoraram e não me chamaram ás urnas a pronunciar-me. E bem.
(Agora se quiserem acabar com a nacionalidade portuguesa, acho boa ideia que nos consultem antes de nos transformarem em espanhóis).
Neste particular, para repôr a legitimidade política tem que se voltar a referendar a questão do aborto, para que não digam que o povo votou "não" e depois os políticos, essa corja, foram por trás fazer tábua rasa do ditado pelo povo.
Assim sendo, lá para Janeiro termos novo referendo, sempre vai dando para animar as hostes. É que com a questão dos pactos de regime isto está a começar a ficar monótono.

Obsoleto



Esta coisa de ter possibilidade de compilar uma imensidão de informação através da internet é tal modo avassalador que não somos capazes de dar resposta, não se consegue processar todo este manancial de música, notícias, jogos, cores, sexo, livros, filmes, clips avulsos, etc, etc.
Na realidade tenho o meu interface de informação na net a bombar no máximo agora. Dia e noite o AMD ligado e o modem a puxar. E como só agora 'tou nessa, também só agora me apercebi que estou a perder a noção da realidade a tentar ouvir toda a música que saco. Quem trabalha não tem possibilidade de escutar 150 Mb de acordes e solfejos por dia e assimilá-los. Ainda tentei ouvir no trabalho, mas a minha semi-surdez força-me a aumentar o volume e...não. No carro teimo na TSF, Radar e Antena3. Sobra-me em casa. Mas há mais vida para além da música...
As coisas mudam muito. Hoje não somos bem capazes de entender, mas comprar um CD é um acto obsoleto, só se compra por carolice, "para ter o original". Mas no meu antigamente o acto de comprar um CD era solene, pois iríamos comprar sempre a maior novidade. Estas agora surgem na net mesmo antes de ser lançadas no mercado.

08/09/2006

Mataram o Partido Comunista português

Tomei conhecimento do acontecimento político mais interessante das últimas semanas através da blogosfera (não aprecio muito este nome, mas pode muito bem ser para o que interessa agora). Para além de ter comprovado que neste meio de comunicação mais virtual, a realidade toca mais e parece mais real que a virtualidade das notícias impressas ou miradas na TV, verifiquei o seguinte facto: a presença ou a representação na festa do Avante, com uma tenda/balcão incusivé, do órgão porta-voz oficial das FARC (Forçs Armadas Revolucionárias da Colômbia) - a revista Resistência.
Segundo comunicado do PCP foi apenas convidado o PC Colômbia e a revista, não havendo intenção de convidar qualquer elemento das FARC.
Factos meus: as FARC são uma guerrilha que actua principalmente na selva colombiana, que leva a cabo uma luta armada com o governo de Bogotá, que rapta, mata e ameaça opositores políticos, que se financia com tráfico de droga, roubos e extorsão. O raptado mais famoso é uma senhora ex-candidata a Presidente da Colômbia, que foi raptada em plena campanha eleitoral, salvo erro, aqui há uns anos atrás, e ainda é mantida em cativeiro.
Factos políticos: O PCP meteu a pata na poça, mas até ao pescoço! Convidar a revista, que é o orgão de imprensa da guerrilha é o mesmo que convidar a própria guerrilha e não adianta dizer que não. Embora se bata pelos direitos humanos, pela liberdade e justiça, o PCP não foi capaz de não convidar este grupo terrorista, não foi capaz de condenar a sua acção, nem de lamentar quem morreu e foi raptado por aquela milícia. Não foi capaz de condenar, em 2006, o caminho utilizado para conquistar o poder ou para o estabelecimento de uma sociedade mais igualitária, de cariz socialista, que é o que pretende a guerrilha. Assim sendo, e depois de haver pessoas com muita responsabilidade no PCP, e na própria nação, visto que era e é deputado, que duvidaram que a Coreia do Norte não fosse uma democracia, o PCP morreu para mim enquanto coerência política e ideológica adaptada aos tempos que atravessamos e à realidade contemporânea. Não mais me interessarão as opiniões dos seus líderes, o partido que já foi grande e actual, é um moribundo, à procura de um espaço no espectro político que já não existe.

06/09/2006

A alegoria da caverna

O concerto de Pearl Jam no Atlântico de 05 de Setembro foi outro marco na minha existência. Num primeiro momento mais por ver a banda, como se revisse velhos amigos, daqueles bons. Mas depois foi mesmo por poder ter Pearl Jam, aquela banda que enche o palco como muito poucas sabem fazer, a poucos metros de mim. Como já havia explicado num post anterior, esta banda representa uma altura muito peculiar e marcante da minha vida. Não tanto pelos seus últimos albuns. No entanto poderia lá deixar de ir ao Atlântico.
Cheguei tarde, fiz gala de me estar a marimbar para a banda de abertura, estava ali por Pearl Jam. E foi bom assim, menos stress e cansaço à espera. Fomos logo para a sobremesa.
Mas a sobremesa estava esquisita, o som era horrível, abafado, como disse a Marta "é aquele som, quando estamos na casa de banho num casamento, com os copos, e ouvimos a banda a tocar lá fora"! Sim, era isso. E não podia ver o palco, tal era a altura média do público. E assim foi durante mais de 1 hora, tentando furar entre o pessoal, mas esbarrando sempre numa torre. E descobri uma nova espéie de público: os loucos pela captação de imagens. 3 em 5 espectadores estavam constantemente a tirar fotos ou a gravar imagens, alguns nem davam conta da música, só queriam fotos, e tapavam-me sem pudor a visão, já de si astigmatizada e deficiente face à baxa colocação do palco. Durante este tempo diverti-me a ver as sombras que os potentes focos desenhavam na parede do lado esquerdo, onde via o Eddie Vedder a cantar e dançar. Sim, estava na Alegoria da Caverna de Platão, não conhecia a realidade, apenas me deixei transportar na virtuosa capacidade de imaginação do que seria a banda, mirando-a na parede, a silhueta escura a ondular ao sabor da música.
No fim, tivemos a compensação pelo dobro do nosso investimento de € 33, quando as luzes de todo o imenso pavilhão se acendem e a banda deixou de estar no palco e passou a ser um de nós, uno, indivisível, uma massa única de orgia dionísiaca (musical, claro). Não me apetece escrever mais, nenhuma palavra deste modesto bloguista poderá descrever o sentimento de exultação e satisafção sentida.

03/09/2006

Azar...

Certas desgraças quotidianas julgava serem da exclusiva competência do teso e anónimo. Como aquelas do suar do rabo e ficar com a marca nas calças claras numa cerimónia tipo casamento; ou então beber o detergente para o lavatório a pensar ser limonada; ou até ficar empanado no meio da estrada com o seu automóvel em pleno Domingo (nem dá para perder umas horas de trabalho). Bem, pelo menos esta última percebi hoje ser uma competência que assiste aos famosos também. É que hoje, no caminho para Sintra, após mais um frustrado dia de praia na Praia Grande (porque volto lá eu!?) dei de caras com um automóvel parado na faixa a obrigar os demais a fazer fila. Quando passo pelo veículo em questão dou conta que a menina semi- atraente que está a retirar o triângulo de sinalização (sem colete de sinalização!!) é a querida Rita Ferro Rodrigues, com uma cara de cú, capaz de assustar mais que o palhaço da McDonald's o Ronald. Nem resisti a passar mais devagar para fazer um sorrisinho jocoso á infeliz menina.

02/09/2006

O recomeço


E de repente é Setembro.
A vida volta paulatinamente à cidade. A cor invade a baixa, invade o centro cultural. A discussão irrompe pela fauna e flora urbana num ápice. As televisões, a rádio, a imprensa escrita, todos acordam do sono de um mês. Os veraneantes, muito subitamente, secam os fatos de banho e sacodem das toalhas a areia, vestem as suas melhores roupas e trocam as sandálias pelo sapato casual. Os políticos começam a desenterrar-se e a emergir da penumbra estival. Os alunos reabrem os livros cobertos de pó. A sardinha perde o seu fulgor, e recomeça a vindima. Os aprendizes de oradores e de gente importante regressam aos palanques para discursar e para fazer o futuro.
É o fim da estação dos banhos, do Verão e todos regressam para mais um ano de rotina.

30/08/2006

Carapaus de corrida


O Conselho de Superior de Defesa Nacional decidiu, está decidido.
Aqui vamos nós, tesos que nem um carapau, para o Líbano ajudar a reconstrução, mantendo a paz com as nossas tropas, a Companhia de Engenharia...
Enfim, a participação, a nível de relações externas, é muito importante para Portugal. A nível interno, directamente para todos nós, nem sempre nos parece ser tão aceitável. Até porque é muito caro participar nestas missões de paz.
Pesando os prós e os contras mais vale mandar uns soldaditos, não vão os nossos companheiros de união europeia ou o eixo atlântico pensar que somos contra Israel.
Boa missão camaradas.

29/08/2006

Fotos minhas


Hoje relembraram-me que dentro de dias vou assistir ao um dos concertos de Pearl Jam. Olhei para o SMS no telemóvel e recordei os dias de lá atrás. Num repente desfilou sobre o pequeno ecran do telefone a escola secundária, os All-Star e os Redley sem atacadores, desfilaram menos 15 anos, menos 10 anos, mais cabelo, menos corpo e essencialmente menos barriga, as borbulhas, cabelo comprido, menos pêlos, camisas aos quadrados, o despertar e descoberta da sexualidade, os sentimentos exagerados, mais borbulhas, os livros, o futebol nos pelados e nos cantos da rua, os bocados atrás do pavilhão aos beijos, o meu rádio Philips com um só deck para cassete, os preservativos que Randall que eram os mais baratos da farmácia e mesmo assim eram caros como o raio que o parta, a minha aparelhagem também ela Philips, com CD e móvel cheio de cassetes pirateadas da rádio Íris, do programa da noite aos fins-de-semana, as noites no jardim, no parque, na rua a vaguear, as férias de sonho com os amigos que nunca se concretizaram, as tardes a fazer amor no quarto a ouvir se o elevador parava no meu andar, as manhãs ao telefone fixo, o Herman Enciclopédia, as cassetes de vídeo mal gravadas e chaias de estática, o Ruptura Explosiva, as estrelas cadentes das noites de Verão... Pearl Jam é mais que uma banda que se ouve na rádio, é um cadinnho de memórias perdidas na vastidão da nossa vidinha, mesmo que ainda jovem; são poemas da nossa juventude, o grito de revolta da adolescência.

21/08/2006

À mesa


Em conversa à mesa de jantar com um jovem pré-universitário da minha família este fim-de semana:
"-Não precisavas ter ficado tão pouco-à-vontade com o xxxxxx, afinal ele até é da família. Para a próxima vais lá dar-lhe um bacalhau."
Perante a cara de interrogação/espanto/desaprovação do jovem pré-universitário insisti:
"- Sim, senhor. Ele é família e fica com má ideia de ti... fica a pensar que és um mal educado.
- Mas...
- Não te custa nada.
Com um sorriso amarelo esverdeado o jovem pré-universitário começa a parecer realmente aborrecido até que interroga a mesa de jantar:
- Mas vou lá e dou-lhe como, uma posta de bacalhau?
- ???????
- ?????
- Hã!?
- Como é que um bocado de bacalhau... por que é que lhe haveria de dar bacalhau!? - pergunta francamente.
- Tu não sabes o que é um "bacalhau", pois não?
- Então... é o peixe... bacalhau... salgado.
- !!!!!?????
- Aaahhhh ahahahahha!
- Ohhh Oh ohoooooohohohhoh!"

14/08/2006

Eu gosto é do Verão


Há coisas boas que a estação estúpida tráz consigo:
a esplanada
a praia
Na primeira engordo os quilos que eventualmente penso estar a perder na segunda. É que na praia dá-me para comer geralmente sandes saudáveis, com legumes, carnes magras ou atum, e bebo sumos de fruta ou apenas água. Na esplanada como petiscos gordurosos, fritos em óleo reutilizável até 15h de frituras, marcha pão torrado com litros de manteiga, ou pior, margarina sebosa, que escorre em grossos pingos sobre a minha mão, trato da desidratação com as cervejas, que enchem a mesa num agradável festim patrocinado pelas mais pobres das cervejas mundiais: a Sagres e a Super Bock. Aquelas garrafas sem qualidade visual nenhuma, aquele acre, a cor das garrafas, o sentimento de crescer um bigode depois de cada gole, seguindo-se a unha, os pêlos do nariz e, quando acabo o último gole já só tenho a quarta classe...ugghh! Assim como assim bebe-se.
Na primeira nado kms e fujo das ondas, corro pelas areias quentes e secas ou frias e molhadas, passeia-se só ou acompanhado. Na esplanada deixamo-nos estar longas horas paralisados , sem protecção solar, queimando meia perna que não fica coberta pelo chapéu de sol da Coca-Cola, sentados numa apatia própria dos velhotes, ou então já bêbedos, num êxtase típico dos miudos hiperactivos que comeram chocolate ricco em açúcar.
Na praia há bikinis cada vez mais curtos, na esplanada há decotes de pagar para ver mais, na praia durmo as melhores sonecas do ano, na esplanada leio a literatura da casa: Bola, Record ou Correio da Manhã.
Entre o deve e o haver concluo que adoro o Verão.

06/08/2006

Iguanas

Existem pessoas com hábitos estranhos e formas de socializar que me arrepia, como aquelas que insistem em contar-me estórias e falar-me de terceiros como se eu os conhecesse pessoalmente, referindo-se a eles pelo nome próprio e não fazendo uma pequena introdução da pessoa ou a relação que têm consigo. Assim não são raras as vezes que essas pessoas que me falam no seu marido ou no seu primo ou amigo de infância ou no seu cão como o João ou o Heitor ou o Marialva. Ainda esta 6ªfeira entro no gabinete da minha chefe e ela me diz que acabara de desligar o telefone a pedir ao Sérgio para ir ao videoclube ver se estava por lá o Novo Mundo com o Colin Farrell. Mas quem é o Sérgio!? Algum colega novo?
A minha amiga estava sentada ao meu lado e começa a rir-se, mas de que te ris? Ah, foi o Abreu que me contou uma piada quando ontem estavamos nos anos da Rita? Quem!? Anos de quem!? uem são essas pessoas?
Falo destas coisas porque me incomoda perguntar quem serão essas pessoas, mas por outro lado são importantes para o desfecho da estória da carochinha que me contam. É como num livro falar-se de personagens sem se explicar o que são e o que as relaciona entre elas.
Não me aborreçam com estas coisas, chamem-lhes pela relação que têm com eles: marido, cunhado e amante, iguana, etc.

05/08/2006

Paz sim, paz não, paz sim, paz não, ...

Alguém me ajude:
Como se pode fazer um acordo para a paz sem se convidarem todas as partes envolvidas no conflito?
Como se vai fazer a paz no Líbano sem o Hezbollah ter contribuido para o texto? É que o partido de deus é apoiado em força, entenda-se a maioria, pelos libaneses, não tanto por serem radicais xiitas, mas por ser contra poder à arrogância e prepotência do governo e exércitos israelitas.
Serão os franceses e os americanos, seja no seio da ONU, ou em acordos secretos, os
únicos responsáveis por se fazer a paz? Então porque morreram tantos libaneses e
israelitas nestes dias? Só porque os intervenientes no cessar fogo no conselho
de segurança da ONU não chegaram a um acordo mais cedo? Está bem...

Aviação ou viação


Andei atento a ver as reacções ao anúncio do Ministério da Administração Interna, aquele do avião cheio de crianças.
A grande parte insurge-se com o mau gosto ao associar-se crianças e morte, outros indignam-se com a ligação do avião, o meio de transporte mais seguro, com a morte de crianças na estrada, em acidentes de viação, fenómeno que nada tem a ver com o meio aéreo.
Isto de campanhas publicitárias tem sempre muito que se lhe diga, nem sempre o bom gosto se associa à mensagem a passar, mas já vi campanhas de marketing super bem sucedidas não obstante recorrerem a filmes e associações de ideias tristes ou muito pobres. E neste caso do filme do MAI o seu conteúdo simbólico, mesmo para desgosto dos pilotos e demais cidadãos, detem uma mensagem muito forte, cuja estética fica ao prazer de cada um, mas que atingiu o seu objectivo que seria pôr a problemática da morte de crianças na estrada a discussão, nem que seja ao balcão do café.

02/08/2006

Onde está A direita?

Os jovens resposáveis pela morte do transexual no porto apanharam penas entre os 11 e os 13 meses internamento em centros educativos. Os jovens, ao cuidado de um centro educativo católico, foram responsáveis pela morte de um, já de si moribundo, toxicodependente e transexual no Porto. Não serão caso único de má conduta e irresponsabilidade, quer da sua parte, jovens desintegrados, com famílias que simplesmente não existem ou desfuncionais, quer da parte do centro, que se responsabilizou pela sua educação. A moral católica não terá sido suficiente para educar estes jovens. O que é preciso não sei, mas fé já dei conta que não chega.
Israel continua a sua aventura da guerra por Líbano adentro. Já não consigo condenar o Estado israelita, não sei o que vivem, não quero sequer imaginar o terror que sentem dia após dia, mas também não consigo condenar os libaneses, cujo único pecado foi ter nascido num dos mais martirizados locais do mundo nestes últimos 50 anos. E são estes as verdadeiras vítimas, os que morrem no interior das suas casas, no seu carro enquanto fogem, na rua porque só iam a fugir ou até quando só ali estavam..
O estranho (leia-se triste) é que em Portugal não há direita. Onde está ela a falar desta guerra, onde anda a opinião conservadora, moral e crente, liberal? Que diz ela da forma como Israel prepotentemente eespanta todo o mundo?

22/07/2006

Muros

O conflito que opõe Israel a sabe-se lá quem, parece-nos absurdo, cada vez mais.
Israel é um Estado bastardo, nascido, como muitos mais, de forma ilegítima para os expoliados das terras e de forma obscura, ingrata para quem fez dele a sua Nação.
As agruras do Holocausto levaram a bondade e fraqueza de espírito das grandes potências mundiais a oferecer a Terra Prometida aos que confessavam, agora sem temores, serem judeus. A História reza mais, muito mais que estas 5 linhas.
Mas o conflito que brotou há 2 semanas deveria não merecer menos nos compêndios das escolas. Mas face ao número exagerado de conflitos e escaramuças naqueles países, este será subtraido da realidade.
Cada vez mais aos nossos olhos, aqui descansados, os conflitos que opõem facções religiosas ou etnicas opostas, os julgamos ridículos, desprovidos de senso. Israel desta vez exagerou, entornou todo o caldo, e a paz está mais longe que nunca. Na realidade nunca me lembro de ter visto tão grave a stuação no médio oriente.
A potência Israel nunca contribuiu para o alicerçar da paz, e enquanto os partidos mais à esquerda não se chegarem ao poder, nunca teremos um processo de paz conveniente e real. Até lá teremos, em pleno séc XXI a construção do maior muro que alguma vez foi construído - o que opõe o ocidente ao Islão - porque é assim que ele será olhado pelos árabes e restante mundo muçulmano.

17/07/2006

It's the end of the world


Caros amigos, o fim do mundo aproxima-se a largos passos. Este calor sentido nestes últimos dias indicia o aproximar do Apocalipse, aliás já oiço claramente o galopar dos Cavaleiros que virão para nos cortar a todos a cabeça, antecedendo o Purgatório final, onde as nossas almas serão salvas ou definitivamente penadas. Mas o mundo, enquanto o conhecemos, está claramente próximo do terminus.

10/07/2006

Vemo-nos por aí...

Fim do Mundial 2006 é igual a regresso ao mundo dos vivos e dos números reais. Agora poderemos voltar a concentrarmo-nos no trabalho, ir gozar livremente o fim de semana, ir ás compras com a esposa, dormir a sesta, enfim voltar à triste vida sem estarmos reféns dos horários dos jogos na SportTv!
De qualquer modo a "vida" real terá mais um interlúdio no mês de Agosto, com o decretar do início da Silly Season. Este será, de resto, o mês da felicidade suprema para mim quando me deslocar a Lisboa, afinal a partida para o Algarve da gente louca na estrada, no cinema, no Bairro, no supermercado é sempre uma coisa boa.
No entanto, enquanto regressamos e não regressamos ao mundo real aqui fica um teaser aos franceses...

06/07/2006

Vergonha alheia


Foi com muito agrado que registei uma diminuição significativa no número de minutos de telejornais dedicados ao Mundial. Na realidade a banalidade já roçava a incompetência de ter assunto. Ainda assim não pude deixar de visionar a reportagem feita por uma cadeia de TV brasileira em que punham voz nos lábios de Scolari, naquelas imaggens em que vemos o treinador a vociferar para os seus jogadores ou arbitro e nunca compreendemos o que dizem, salvo asneirada da grossa. O trabalho duro esse foi feito por uns jovens surdos que lêm lábios. O resultado final foi uma panóplia de coisas sem significado, outras as típicas ordens para dentro de campo e até umas quantas orações em formato micro enquanto se marca um penálti.

Agora que estamos a pouco e pouco a voltar à realidade podemos lembrar-nos que Israel anda pela Faixa de Gaza a distribuir tiros e morteiradas em tudo o que mexe e que, lindo, a Coreia do Norte, que é só um dos países mais pobres do mundo, que mal consegue alimentar com trinca de arroz os seus habitantes, disparou 7 misséis, um deles de alcance intercontinental, em direcção ao Mar do Japão. Para quê? ninguém sabe ao certo. Os senhores da Coreia do Norte gastam o orçamento quase todo nas forças armadas, desenvolvem à força equipamento militar e armamento do mais sofisticado, com tecnologia nuclear, apenas para tomarem posições de força junto da comunidade internacional. Mas as posições que tomam não apagarão nunca os traços da fome e do medo que grassa pelo seu país, com uma nação destruída pela violência e o embuste, numa mentira absolutamente Orwelliana, provando que a história pode ser escrita e reescrita vezes sem conta e fechando o país, não só ao investimento, mas também aos olhares estrangeiros, num autismo inacreditável, tão inacreditável que provoca vergonha alheia, e que marcará as próximas 3,4 gerações.

04/07/2006

Futebol, futebol...


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Talvez na próxima semana se encaixe algum outro tema na nossa vida!

03/07/2006

Ramblas comigo


Estive este fim-de-semana num dos mais belos sítios por onde já passeei. E custa a crer que esse sítio seja aqui tão perto de nós.
Barcelona encerra em si encantos mil, como na canção do Rio. É aquela Espanha desenvolvida, madura, criativa e pictórica, a que me surpreende e que me encanta. Onde em cada parede de prédio, em cada bodega, em cada bicicleta, avenida, aroma, conseguimos ver a nossa imagem reflectida, porque aquela só pode ser a nossa cidade. É construída à luz daqueles que a sonham e não daqueles que a exploram. É sublime. É curto o espaço de tempo que lhe usurpei.

27/06/2006

GNR de serviço

Admito que me apetece escrever umas linhas mas ando ocupado com a minha cabeça noutro lugar. Além disso, por estes dias existe ainda outro lugar onde a minha cabeça se refugia de quando em vez: Alemanha! Baahhh!!
Estudei muitos anos, licenciei-me em ciências humanas, estudei o profundo e o fundamento do colectivo humano...mas perco a cabeça quando vejo futebol, muito particularmente quando estão em campo as minhas preferências clubísticas ou a selecção nacional de futebol, formalmente a equipa organizada pela Federação Portuguesa de Futebol (muitos já elevaram o nível destes homens e já só a eles se referem como a Selecção! Como se de sobrenaturais se tratassem).
O que se passa é que são tratados com uma deferência digna de qualquer soberano numa ditadura monárquica: horas de telejornais, a abertura destas, em manchete, o prime time dos canais todos, capas de jornais, revistas invadidas com as suas caras e as suas famílias, as suas histórias (desinteressantes) de vida, e o mais importante, união nacional absoluta e incontestada do povo à volta destes atletas, com bandeiras portuguesas pregadas em qualquer apoio da casa, do carro, do nosso corpo (já vi pares de mamas com a palavra Portugal. Muitos portugueses sofrem mais com estes jogos tipo o da Holanda do que sofrem com qualquer outra coisa. Já estou a imaginar haver um acidente, ligeiro, e o outro condutor a dizer que não foi nada, é só o radiador e a cabeça do motor para o galheiro, mas tenho que me ir embora porque está a começar o jogo de Portugal. E a polícia não aparece antes do fim do jogo...
Já se percebeu que eu poderia ser o condutor com pressa ou o GNR de serviço!

24/06/2006

Para quem gosta de futebol

Na continuação do post anterior anexo esta notícia:

"Portugueses são os que menos acompanham os jogos do Mundial

Na primeira semana do Mundial, entre 9 e 15 de Junho, Portugal foi o país que menos acompanhou os jogos das outras selecções da prova que se realiza na Alemanha. A razão? A larga maioria dos encontros é transmitida numa televisão de acesso pago, a Sport TV, ao passo que no resto da Europa a esmagadora maioira dos países recebe o Mundial em canais de sinal aberto.
Segundo um estudo realizado em 40 países espalhados pelo mundo pela agência internacional Carat, em Portugal a audiência média dos jogos do Mundial de futebol que envolvem as selecções de outros países foi, na primeira semana, de apenas 1,6 por cento - o valor mais baixo entre todos os participantes na prova. Por outro lado, quando joga a sua equipa, os portugueses estão entre os maiores apoiantes, com uma audiência média de 32,8 por cento, apenas atrás dos italianos (34,9) e dos holandeses (36,2), os grandes aficionados pela sua selecção(...)"


In www.publico.pt

18/06/2006

Fifa World Cup 2006

Este é um mês muito feliz para quem gosta de futebol, como eu. Podia ser mais feliz se o futebol fosse considerado um bem de interesse público nacional e fosse, consequentemente, transmitido em canal aberto, como na minha infância e adolescência, quando mergulhava numa espécie de letargia ou hibernação de Mundial. Mas agora, com a Pay TV, somos mais modernos, mas mais pobres, e mais corruptos, pois assim sempre vou dando uma vista de olhos no mundial através de sistemas piratas de difusão de TV. Bem feito para eles, eu queria ver na TV.

Eixo do Petróleo Que Não Gosta dos EUA


Chegaram até mim informações que a Venezuela quer fabricar Kalashnikov, depois de ter adquirido uma licença de fabrico.
Melhor que ter um país rico devido ao petróleo é ter um país rico devido ao petróleo e bem armado. Tanto mais que o Chavez já divulgou ter adquirido, para além das metralhadoras mais famosas do mundo, mais de uma dúzia de helicópteros de Putin e estar em vias de comprar uns poucos Sukhoi (jactos de guerra) de fabrico russo.
Assim, com a nova versão, revista, do marxismo, Chavez e a Venezuela preparam-se para se tornarem na nova potência regional, fazendo sombra ao quase hegemónico Brasil e aproveitando para, de uma vez por todas, criarem a aliança vermelha com a Bolívia e Cuba, fazendo renascer das cinzas a igualitária Fénix da esperança proletária.
Assim sempre podem enervar a valer os proprietários da Casa Branca e do Pentágono, que não lhes têm dado muita atenção porque andam entretidos com o Iraque, Irão e Afeganistão. Não tardará muito que Bush ou a Sra. Dona Rice venham a terreiro defender que a Venezuela de Bolívar seja a próxima coordenada a incluir no Axis of Evil - em português qualquer coisa como eixo do mal.

12/06/2006

My name is Abu and I'm from Al-Qaeda


O líder da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, foi abatido, liquidado, eliminado em grande estilo pelo US Army. Mas vem já aí um cromo novo para a caderneta dos americanos, que farão tudo para o ganhar: Abu Hamza al-Mujahir. Fixemos este nome, ouviremos mais vezes concerteza.

Beef and steak



Tirei esta notícia do Público:
Num determinado restaurante de Filadélfia, famoso ao que parece, o proprietário deu ordens aos seus empregados para não servirem quem não se expresse em inglês, na língua oficial do país, os EUA. Das duas uma: ou se trata de uma brincadeira, ou de uma bosta mental.
Muitos dos naturais dos EUA percebem inglês, mas nem o sabem falar, reconhecendo como língua uma espécie de calão diferenciada entre subúrbios. Acertam menos nas regras gramaticais que eu no totoloto. Mas enfim, não espanta nada este autismo americano, pois eles parecem acreditar que todos os continentes derivam à sua volta.
Se algum tretas português decidisse abolir o estrangeiro do seu menú deixaríamos de ter "Lagareiro Cod Fish" ou "Bacalao à la Lagarero", ou até os célebres "Understands", sempre complementados pela "Green Bean Soup". Até nem era mau de todo deixar os espanhóis a falar para o boneco...

HI 5


Questiono-me com frequência acerca da utilidade do HI 5, muito embora possua uma página com alguns exemplares de fotos minhas.
Mas o que realmente me faz delirar são as fotos escolhidas pelo pessoal do estilo. Os mais feios escolhem fotos obscuras, cheias de tiques artísticos, ou distorções da imagem, close muito ups para nada se ver. Os mais belos fazem tudo por serem ainda mais belos, exagerando nas roupas, nos sorrisos, as tipas abusam dos decotes, posam em bikini, alteram a cor para o preto e branco e realçam o que realmente não têm.
Perdoem-me esta tirada crítica, mas nas minhas incursões pelo HI5 raramente vejo gente feia, simplesmente não consigo! Não que as queira ver, mas... terra a terra!
Give me a hi five!

02/06/2006

Já cheira a pessoal a suar no fato apertado e engravatado


Na realidade estou muito satisfeito por o gajo ir casar! A ambos as maiores felicidades...

Bandeiras e cachecóis


Foi com uma certa tristeza que verifiquei o avolumar de pessoas que voltaram a pendurar a bandeira portuguesa nas janelas, nos carros e, até, lenços com os símbolos nacionais na cabeça.
Este acto de mostrar um certo orgulho nos nossos valores só me deixa triste porque não somos capazes, em mais nenhuma outra ocasião, de mostrar essa mesma ponta de soberba pelas nossas coisas. Em todas as conversas de café se escarra na nossa administração, na nossa música, organização, em nós próprios.
Na realidade, à medida que vou escrevendo ganho um certo alento por ver que ainda existem certos valores transversais a todos os estratos, neste caso o futebol da nossa selecção, valores que nos dão força, a união. Mas logo me volta a tristeza quando penso que se ganharmos 1 jogo neste mundial vai sair à rua mais gente para festejar do que se fosse para votar nas autárquicas. Quase que me saltam lágrimas só de pensar num possível flop, quando os possíveis heróis passarem a grandes bestas ou marrecos que nem aquela treta de equipa ganham, o Maniche tá gordo e o Costinha só dá pau, Figo é velho, quem teve a ideia de convocar Hugo Viana, Quaresma era indiscutível, etc, etc... Se correr bem ainda poderemos cantar o fado triste que é preciso um brasileiro para nos levar à glória!
Portanto motivos para apelar à tristeza não faltam.

01/06/2006

Marisco e talheres esquisitos


Foi com entusiasmo que recebi a notícia que o meu amigo ia casar. Foi há cerca de um ano. Até há 2 semanas andei feliz por ir beber e comer, dançar e alarvear em público, tudo à custa dos pais dele e dos sogros: camarão, vinho mediano, bacalhau bem tratado, tábuas intermináveis de queijos fabulosos, miudas com decotes formosos e abonados, etc, etc, cerveja e bebidas espirituosas á vonté.
Mas que tanso eu me tornei: apercebi-me desta dura realidade quando pensei na indumentária a apresentar na cerimónia... não podemos ir de qualquer maneira, muito embora os padrões morais tenham mudado, e muito, nas últimas décadas, passando de um formalismo atróz para a quase bandalheira, com determinados indivíduos a surgirem em ocasiões de fraque com ténis verdes e amarelos. Mas o pessoal da igreja não costuma receber muito bem quem aparece sem fato e gravata, portanto vamos à loja.
O problema foi lá chegar, pois o meu guarda fatos estava realmente delapidado. Então é assim: €€€€€€€ + €€€ + €€€€ e ainda + €€
E ainda falta a prenda para os nubentes quem nem pagaram o casamento!! Quem ganha ainda são os gajos que até vão de viagem a seguir aquela coisa, não eu que vou trabalhar.

24/05/2006

Memórias de galinha

Aqui há dias, ontem ou anteontem, ou já na semana passada, li algures algo sobre um assunto que até já me havia esquecido, mas que na altura causou um celeuma tremendo: a questão da disquete com os nomes do pessoal sob escuta, que incluia PR, PM e um rol de gente porreira. E li, retirando a conclusão que também eu sou curto de memória, que o Procurador Geral da República havia prometido 1 semana ao Presidente da República, da altura, para apresentar resultados da investigação à fuga de informação. Talvez porque entretanto o Sampaio estava já em gestão de funções, ou porque o Souto Moura passou a informação por baixo da porta, o que é certo é que mais não se ouviu falar deste tema. Estranho, até porque a própria comunicação social é atacada com buscas e investigações de fontes, com o choque e perplexidade de todos os órgãos informativos, parece-me curioso esquecer este tema.
De qualquer modo, somos todos levados a pensar que não houve conclusões de processo apresentadas, pois que a fuga de informação já é tão generalizada dentro das instituições do Estado que, a haver relatório, este teria transpirado para fora da Rua da Escola Politécnica.

18/05/2006

Bolas!!




E às 5 e meia em ponto, telefonas-me a dizer /Não sei viver sem ti amor, não sei o que fazer.
Faz-me favas com chouriço, o meu prato favorito / Quando chego p’ra jantar, quase nem acredito.
Vestiste-te de branco, uma flor nos cabelos / Os miúdos na cama e acendeste a fogueira.
Vou ficar a vida inteira a viver dessa maneira, / Eu e tu, e tu e eu, e tu e eu e tu.

O papel


Não vos irritam pessoas que nunca trocam o rolo vazio do papel higiénico por um rolo novo?
Que coisa pior pode acontecer depois de ter feito o que havia para fazer e apercebermo-nos que afinal não há papel? Ou ir aflito, a correr, com intestino nas mãos e não há papel?
A minha mãe também não gosta e então começou a refilar. Mas os mesmos que esgotavam e não trocavam são os mesmos que hoje não acabam o rolo na íntegra, deixando um pedacinho ignóbil e, obviamente, inútil de papel colado ao rolo que não podemos sequer descolar do rolo, quanto mais aproveitar para passar no nalguedo.
Com isto, não só esses continuam a gastar o papel do povo, como ainda passam por bons, pois não o gastaram formalmente, muito embora o remanescente seja de total inutilidade para esse mesmo povo.

17/05/2006

Deputados às 5 da tarde

Sou a única pessoa que conheço que visita o site do Governo ou o site da Assembleia da República. Quer dizer, tirando aquelas que trabalham no parlamento e no governo.
Não consigo evitar passear por lá e dar uma vista de olhos no deputados eleitos pelo meu círculo, no seu currículo e nas comissões que integram, isto enquanto tomo o meu chá ou iogurte líquido.
Não consigo deixar de pensar quantos deles fazem parte de uma qualquer comissão e nada percebem do assunto, nada estudam ou se esforçam para perceber e participar, continuando a ser meia dúzia de pensantes no cuore de cada partido político, a pedido e mando sei lá de quem, a trilhar o caminho a seguir, para servir ou para não melindrar a sua clientela, seja lá ela quem fôr. Normalmente não é bem o povo (palavra em desuso, confundível com perspectivas mais socialistas de sociedade, ou com provicianismo, já ninguém quer ser do povo, mas antes prefere ser nomeado membro de pleno direito da classe média, ou dos intelectuais, liberais ou jacobinos, mas não do povo), mas antes outras coisas como interesses financeiros muito grandes (os quais são a face do investimento ou da modernização de uma região, país, cidade, etc.).

Bem, não deixem de saber quem são os vossos deputados, afinal ainda os elegemos por distritos, para nos representar e defender.

13/05/2006

Nova vaga minha

Primeiro fim de semana sem trabalho (de fim de semana entenda-se).
Não, não estou sem saber que fazer...estou mais sem saber o que escolher fazer. São vários anos sem tomar pequeno almoço de sábado a horas indecentes, sem abdicar da sesta de tarde, sem bom humor às 2 da tarde.

Por falar em humor... viram o Carrilho?
Não gosto particularmente dele, mas não é por isso que não lhe vejo valores positivos ( a Bárbara é talvez o melhor dele). Fazer-se vítima poderá ser um caminho, outro poderá ser aceitar as suas limitações, outro poderá até ser admitir que o adversário dispunha de melhores circunstâncias. Mas culpar os outros, os media (que também têm quota de culpa na situação) pelo que nós, os de dentro, sabemos e vamos sabendo, talvez seja mandar areia para os olhos dos tansos.

O Porto meu poderá ser vencedor da Taça de Portugal amanhã. Basta ganhar o jogo.

10/05/2006

Free me

Não sei de que adianta a conquista formal de liberdade, quando passo cerca de 12 a 15 horas diárias preso a um qualquer computador. São as 8 horas do trabalho mais as restantes em casa aa cirandar por voltas mundiais.
Sou escravo do sistema. Já nem sei como procurar informação que não seja por aqui. Aliás relaciono-me com certos amigos meus apenas e só por net. Na recente viagem coonheci um tipo, com o qual fiz questão de poupar nas despedidas, trocando o mail e esperando que nos conheçamos realmente nas respectivas vidas de forma virtual.
Ainda por aqui, descobri há dias um site onde se pode entrar em chat com dúzias de raparigas semi nuas e boçalmente pintadas, onde se pode fazer apenas conversa ou pedir para nos mostrar o rabo com o seu fio dental através da sua miserável web cam. O interconhecimento e partilha de experiências está a entrar em contextos muito estranhos para mim.

08/05/2006

Ressaca




Com o regresso a Lisboa voltam as dores de cabeça. Trabalho, conduzir, stress, relógios, gasolina cara e a asfixiar o curto budget, as fronhas de sempre aqui e ali.
O regresso ao mundo real mergulha-me na ressaca das férias! A melhor forma de acabar com a ressaca é planear nova incursão, chateando o chefe para marcar novas férias...

Com isto, tomei conta das notícias que Portugal dentro de 50 anos será o mais triste (leia-se teso, atrasado) desta velha Europa, de acordo com o previsto pela União Europeia. Alguém nos acuda, por favor.

05/05/2006

Wien


Andar muito pelas grandes cidades faz calos nos pés, bolhas, e afins. Se for uma cidade cara faz mal ao bolso, pois os Euros fogem como se possuíssem asas.
Dois dias em Viena e pormenores como o Z e o Y terem trocado de lugar no teclado dizem-nos que Lisboa está muito longe... O Império Austro-Húngaro foi grande e grandioso até há muito pouco!
Até breve.

03/05/2006

Praha


Uma vez em Praga, nao queremos voltar. Ou talvez ate queiramos, mas a vida cerca de 1/3 mais barata deixa-nos com vontade de permanecer. Mas claro que o que mais nos faz querer ficar e a cidade em si, linda como nunca havia visto. A nossa Lisboa nunca esteve tao povoada de nobres e aristocratas, os mesmos que construiram a mais bela cidade da Europa... de certeza. As historias pululam na minha cabeca...

29/04/2006

A caminho do leste



São agora 7:25. Oiço os aviões descolar aqui ao lado no aeroporto à medida que olho para o horário das partidas, confirmando a nossa. A minha partida está a 2 horas de espera. Dentro em breve estaremos a caminho das merecidas férias. Uma semana. Não é muito, o possível, mas necessário.
Dentro de algumas horas estarei a leste, não do paraíso (piada fácil), mas da nossa Europa velha, aqui deste cantinho (lá vai mais um avião...), estaremos onde os homens conheceram e experimentaram o carácter dos poderes supremos do comunismo, onde experimentaram a treva do proletariado, onde um dia uma luz de liberdade foi esmagada com punho de ferro. Dentro de horas estaremos lá para beber o champanhe da conquista da queda do muro.

Boa viagem para mim e boa semana de trabalho para vocês!

25/04/2006

Os valores ficam?


Ao ignorar as comemorações do 25 de Abril, a Madeira deu o primeiro passo para o esquecimento público da data. Dentro em breve será outro qualquer político ou autarca aborrecido com os seus adversários de esquerda que decide acabar com os festejos no concelho, e depois outro e outros.
Qualquer dia não será mais que uma efeméride, tão relevante como o 5 de Outubro ou o 1º de Dezembro, apenas lembrados por serem dias feriados. Não será bom nem mau. Será mau apenas se, para além de esquecermos a data, esquecermos os seus valores e fundamentos. Se comerçarmos a confundir a ideia de democracia e participação civil, se esquecermos que uma sociedade e comunidade funcionam apenas com participação cívica, com crítica construtiva e com trabalho.

Mula

O Estado, o mesmo que nos cobra taxas avassaladoras em todos os bens e serviços que consumimos (já agora, sabiam que comprar um Peugeot 205 na Austrália custa cerca de 1500 contos mais barato do que por cá? Já para não falar nos EUA...) quer agora retirar-nos o direito de descarregar música a partir da internet.
Este assunto já não é novidade, mas como sabem, sou novato nestas movidas, e ando nestes dias numa tremenda guerra com a mula electrónica mais famosa de sempre.
A maravilha de dispormos de música na net não faz com que eu consuma menos, apenas aguça o meu apetite para outras sensibilidades. Continuarei a comprar o CD da minha banda preferida. E a ignorar aqueles assim-assim... a net é e poderá ser uma fantástica forma de publicidade para pequenas e grandes bandas que enchem pavilhões com novos públicos que descobrem novos sons na rede. Mas o que importa discutir é a importância de alguém nos ceder a sua música, em formato digital, oferecê-la. Os pensantes dizem que corremos o risco de sermos processados por descarregarmos ficheiros... quem sabe se não seremos presos. A PJ não terá mais que fazer que andar atrás do meu IP e de gente como eu, que usurpa os direitos e propriedade intelectual.
Já sabemos que o restante pessoal apoia o download ilimitado...
Poderemos alguma vez estar a pisar o risco partilhando ficheiros?
Em bom rigor parece-me que a versão proibicionista ganhará argumentos de força dentro em breve, com regulamentação.
Está a usar-se a mesma táctica do proibicionismo do fumo, continuando a permitir a venda livre de tabaco, mas encurralando cada vez mais os fumadores e tratando-os como marginais, preterindo a educação.

23/04/2006

18/04/2006

"Bom dia..."

"Bom dia!
Como está a correr essa manhã? A minha está muito bem, excepto o alarme de incêndio a deflagrar constantemente. O problema é que este não toca em aúga-aúga; ou em tinoni-tinoni, mas antes em iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, o mais agudo possível, quase me levando à loucura... Na realidade acho que estou quase inconsciente..."

Berlusconizinho

Topem-me isto!! Retirei este link do nucleoduro.blogspot.com, a quem agradeço, mesmo que não faça ideia nenhuma que o levei emprestado. É só clicar aqui.
Gaita!

Tão simples como 2+2

Você não adoram aquelas pessoas que fazem contas inacreditáveis do pé para a mão?
As pessoas mais velhas fazem-no sem pestanejar: "ora, meu filho, então 4x14...e vão 7...8x7...+3...não...124+78...e vão 3... então são 5 caixas que sobram!"
Já a minha geração saca logo do telemóvel, em direcção aos extras do menú...

17/04/2006

Senhor, pequei e estou agora mesmo a pecar


Esta semana foi anunciado pelo Vaticano a nova lista de pecados confessáveis de imediato por qualquer bom católico a quando da sua confissão. Assim, demonstrando que se encontra perfeitamente adequado aos novos tempos, o Vaticano propôs que o uso excessivo da Internet, de TV e jornais são puníveis pela mão do Senhor, quando em detrimento da leitura das Sagradas Escrituras.
Ou seja, já estamos a pecar logo pela manhãzinha, quando ligamos a TV ou o computador para ver as notícias, mas não levamos a Bíblia para a casa de banho para ler enquanto estamos a ...
Sempre pensei que fôsse o Senhor a decretar os pecados e a fazer o julgamento das almas, avaliando o portfolio dos pecados e boas acções. Mas são os homens tão terrenos quanto eu a decretar o que é bem e mal. Isto implica que Deus tem uma sucursal terrena onde reúne regularmente com os seus empregados e deixa orientações, ou então o pessoal do papa faz estes decretos à revelia da administração celeste para meter medo ao povo e deste modo obter poder e outras vantagens.