29/12/2006

Saddam

Este fim-de-semana, em que muitos de nós nem vão ver as notícias, Saddam vai à forca e escreve o seu nome no passeio das estrelas da História. Vira-se a página no Iraque e a nova é ainda mais sangrenta e nojenta. O futuro mártir Saddam vai inspirar mais ódio, porque ódio com ódio se paga. Ele paga-o com a forca, após décadas de despotismo e de horror por ele infligido, mas outros o cobrarão com o seu nome na factura.

Maus hábitos


Eu até gosto de passagens de ano, afinal estamos a enterrar os dias do antigamente com os seus maus hábitos e a celebrar o início de bons costumes: ano novo vida nova, nova dieta, agora é que eu vou empenhar-me a sério no trabalho, prometo tirar notas fabulosas este semestre, vou ajudar a minha mãe em casa, aprender a passar a ferro... Claro que sim.
Então bebemos, embriagamo-nos, e rimos muito.
Mas o que realmente me leva ao júbilo é que para lá pago um balúrdio de portagens e para cá, no regresso, no ano dos novos comportamentos, já pago um balúrdio e picos de portagem.
Felizmente existe a inflação para nos recordar que o salário aumenta, mas na realidade não aumenta.

23/12/2006

Pedra no sapatinho


Eu quero que o Natal se dane. Esta é a minha sentença de ante-véspera de Natal.
O disparo de consumo faz com que a minha empresa labore o triplo durante o mês de Dezembro e quem lá trabalha tem duas opções: ou mete baixa ou arranha que nem um camelo. Um dos espertinhos, insuspeito do costume, começa a fazer-me espécie... de tão caladinho, ninguém dá por ele, mas nunca o vi entalado em situação alguma, e agora, em tão propícia e festiva quadra, meteu 15 dias de ronha, " 'tá de baixa" diz a chefe. Pois, como se não bastasse já sermos uma equipa pequena.
Ao menos as 3 horas extra que fazemos todos os dias durante Dezembro têm uma vantagem, é que podemos escolher se são grátis ou de borla.

17/12/2006

Sono


Quando, na minha adolescência, comecei as noitadas imaginava-as assim maravilhosas, eternas, nunca seria capaz de não achar a noite fascinante, principalmente a lisboeta. Essa então, com as peculiaridades de uma grande cidade, seria a eterna noitada, sempre gloriosa. Enfrentava-as sempre fossem quais fossem as dificuldades, chuva, frio, calor, negas à porta, tudo valia a pena. Mas à medida que o tempo vai cruzando a nossa existência, com o trabalho e os afazeres comuns a malharem-nos porrada no corpo, a noite vai tornando-se dura e ruim. E mais, a noite é cara e porca por vezes, como o frio associado ao cheiro das docas, as maquilhagens baratas e exageradas das gajas de Queluz e Barreiro e do fim do mundo, o hálito a alcoól e os comportamentos alterados, grosseiros, os carros quitados na rua a broarem na escuridão e os seus condutores todos iguais com o mesmo boné enfiado em cima dos brincos dourados, os PSP com o colete lá ao longe, os ambientes degradados e desclassificados têm-me retirado a vontade de saír muito. E depois já não são raras as vezes em que desisto a meio, a bocejar que nem uma criança com o copo na mão. A tendência é mesmo dormir cedo, quebrado pela dormência generalizada, pelo excesso de cerveja ou vinho, ou pelo aborrecimento. Nas últimas saídas dei por mim a fechar os olhinhos e a ver todos destorcidos, ainda nem tinha dado o Vitinho. Azar o meu, a noite em Lisboa não começa antes das 2h e não termina antes das 6h ou 7h. Eu que me ajuste à realidade ou vou começar a ficar mais vezes em casa...

09/12/2006

Para 2007 quero que...


... os Arcade Fire venham a Portugal. Entre outras coisas.

05/12/2006

Nem pensar mais nisso


Estou de férias e dei por mim, há pouco, a telefonar para o emprego para perguntar como estão as coisas, se precisam de ajuda nalguma questão.
De ajuda preciso eu, que tenho mais que fazer, como dormir e andar de pijama o dia todo a ver chover lá fora, ou então ir gastar o "enorme" subsídio de Natal e, ao invés, ando para aqui a telefonar para aquela gente amarela e verde... Felizmente que o telefone estava ocupado e ninguém me atendeu!