24/09/2006

1988


Segundo a Segurança Social, o meu irmão nasceu a 30 de Fevereiro de 1988, ou seja, num ano trissexto.

23/09/2006

Será?


Será que Ossama Bin Laden morreu?
E se morreu, será que é assim tão importante? E seria ele assim tão preponderante na organização terrorista, da qual se diria ser ele o CEO?

O nacional porreirismo


O King Kard foi surgiu há coisa de ano e meio, salvo erro. A Medeia Filmes e os Cinemas Millenium, os quais até confundo, uniram-se nesta iniciativa e, através de contrato com os utilizadores que obriga a um débito de € 13, temos cinema 2 vezes por dia sem mais encargos que não aqueles do princípio do mês.
Esta semana fomos confrontados com um mail sob forma de comunicado dos cinemas Millenium, proprietários dos cinema do Alvaláxia, dizendo que a Medeia Filmes havia rescindido o contrato com a outra parte, terminando a parceria. A questão óbvia "porquê?" merece uma resposta óbvia (até outros desenvolvimentos) "porque os utilizadores, apesar de terem à disposição os cinemas do Alvaláxia, optavam em larga medida pelos cinemas do Monumental, Residence e King, propriedade da Medeia Filmes, ícones do cinema alternativo ou de culto, ou ambas, na cidade de Lisboa, com um ambiente incomparavelmente mais simpático e acolhedor que o distante e «frio» Alvaláxia. Assim, a Medeia Filmes vendo que tinha à sua disposição quase todo o público lisboeta do circuito alternativo à Lusomundo resolve abdicar de um contrato em que tem que dividir lucros e potenciar o seu negócio, tal é o seu nicho de mercado. Para tal cria o Medeia Card, que é em tudo igual ao seu antecessor, desde as condições de utilização, passando pelo preço e terminado no nome. A emissão do cartão é oferta para os portadores de King Kard".
A outra questão é: e os utilizadores que pagam o serviço? Quando assinei um contrato e me comprometi a pagar a mensalidade foi na expectativa de o utilizar também nas 16 salas do Alavláxia e até do Freeport. Mas não serei concerteza ressarcido das perdas, mesmo que não me tenham avisado por escrito, como me exigiam a mim se denunciasse o contrato. Como se vê não percebo de leis e não me apetece procurar o contrato, mas sei que prefiro o Monumental ao Alvaláxia...

17/09/2006

Referendo


A questão do referendo voltou à minha mente depois de ter ouvido hoje que se realizavam eleições na Suécia.
Ontem postei que a minha crença no referendo era quase nula, pois são questões que o político tem obrigação de defender e aprovar ou não. Em Portugal juntamos o facto que temos cerca de 30% de eleitores a votar em referendos, nas autárquicas, nas europeias... se tanto.
No entanto, no telejornal ouvi que hoje temos legislativas na Suécia, onde também se realizarão dois referendos regionais em conjunto. Tanto quanto me tenho informado, este é um meio que a classe política nórdica, suiça, austríaca, têm de aproximação com o povo, responsabilizando-o pela tomada de medidas mais polémicas e fracturantes. Mas na Suécia, Suíça, Noruega, etc, o povo é um pouco mais responsável, pois tem fama de votar em consciência, para além que têm cerca de 85% de eleitores em cada acto.
Postas as coisas desta forma parece que o referendo poderá ter sentido, afinal a legitimação de 80% de eleitores confere uma força que nenhum político poderá nunca desautorizar ou declarar insuficiente.
E assim segue alegremente um país como a Suécia e a sua Estocolmo, que hoje terá juntamente com os boletins para os deputados da nação um outro em que escolherá a implementação ou não de portagens para se entrar na cidade.

16/09/2006

Uvas D. Maria


Felizmente já chegou a época das uvas D. Maria. É que espero todo o ano por estes rebuçados naturais. São brilhantes e gordas, duras, lindas. Foi enquanto comia um belo cacho de uvas D. Maria que ouvi na TV que o PS e PSD chegaram a acordo quanto a uma data e termos do referendo a realizar à IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez, também conhecido por alguns como o aborto.
Esta questão, que foi chumbada em 1998 no 1º referendo relizado em Portugal, revelou uma enorme falta de decoro democrático da nossa população, para além de coragem política de quem o chutou para o povo decidir. Dos primeiros porque se excusaram a votar neste plebiscito, nem sequer 50% dos eleitores votaram. Dos segundos porque levar este tipo de coisas para um referendo à população é o princípio do fim da democracia representativa. Salve-se o respectivo exagero desta tomada de posição, o conceito de referendo levanta-me muitas dúvidas, pois os políticos estão nos meios de poder com um propósito que é governar e devem assegurar à população a melhor das prácticas económicas, sociais e políticas, garantindo o nosso bem-estar. A questão se o aborto deve ser practicado, num determinado quadro jurídico, dentro dos hospitais e clínicas públicas e privadas, em consonância com a legalidade, deveria ter sido debatido em Assembleia da República e nela votada, mas sempre com o debate trazido para o exterior, onde a sociedade civil, com as suas organizações não governamentais, clericais, anti-clericais, laicas, desportivas, de tricot, acção social, etc, se poderia revelar como um real quarto poder. Mas votar-se-ia no Parlamento.
Também não se gastaram milhões a perguntar-me o que fosse acerca da reprodução medicamente assistida, ou acerca da participação das tropas nacionais em contextos de guerra e paz no estrangeiro, ou se deveríamos aceder à CEE. Entre um milhão de coisas que me ignoraram e não me chamaram ás urnas a pronunciar-me. E bem.
(Agora se quiserem acabar com a nacionalidade portuguesa, acho boa ideia que nos consultem antes de nos transformarem em espanhóis).
Neste particular, para repôr a legitimidade política tem que se voltar a referendar a questão do aborto, para que não digam que o povo votou "não" e depois os políticos, essa corja, foram por trás fazer tábua rasa do ditado pelo povo.
Assim sendo, lá para Janeiro termos novo referendo, sempre vai dando para animar as hostes. É que com a questão dos pactos de regime isto está a começar a ficar monótono.

Obsoleto



Esta coisa de ter possibilidade de compilar uma imensidão de informação através da internet é tal modo avassalador que não somos capazes de dar resposta, não se consegue processar todo este manancial de música, notícias, jogos, cores, sexo, livros, filmes, clips avulsos, etc, etc.
Na realidade tenho o meu interface de informação na net a bombar no máximo agora. Dia e noite o AMD ligado e o modem a puxar. E como só agora 'tou nessa, também só agora me apercebi que estou a perder a noção da realidade a tentar ouvir toda a música que saco. Quem trabalha não tem possibilidade de escutar 150 Mb de acordes e solfejos por dia e assimilá-los. Ainda tentei ouvir no trabalho, mas a minha semi-surdez força-me a aumentar o volume e...não. No carro teimo na TSF, Radar e Antena3. Sobra-me em casa. Mas há mais vida para além da música...
As coisas mudam muito. Hoje não somos bem capazes de entender, mas comprar um CD é um acto obsoleto, só se compra por carolice, "para ter o original". Mas no meu antigamente o acto de comprar um CD era solene, pois iríamos comprar sempre a maior novidade. Estas agora surgem na net mesmo antes de ser lançadas no mercado.

08/09/2006

Mataram o Partido Comunista português

Tomei conhecimento do acontecimento político mais interessante das últimas semanas através da blogosfera (não aprecio muito este nome, mas pode muito bem ser para o que interessa agora). Para além de ter comprovado que neste meio de comunicação mais virtual, a realidade toca mais e parece mais real que a virtualidade das notícias impressas ou miradas na TV, verifiquei o seguinte facto: a presença ou a representação na festa do Avante, com uma tenda/balcão incusivé, do órgão porta-voz oficial das FARC (Forçs Armadas Revolucionárias da Colômbia) - a revista Resistência.
Segundo comunicado do PCP foi apenas convidado o PC Colômbia e a revista, não havendo intenção de convidar qualquer elemento das FARC.
Factos meus: as FARC são uma guerrilha que actua principalmente na selva colombiana, que leva a cabo uma luta armada com o governo de Bogotá, que rapta, mata e ameaça opositores políticos, que se financia com tráfico de droga, roubos e extorsão. O raptado mais famoso é uma senhora ex-candidata a Presidente da Colômbia, que foi raptada em plena campanha eleitoral, salvo erro, aqui há uns anos atrás, e ainda é mantida em cativeiro.
Factos políticos: O PCP meteu a pata na poça, mas até ao pescoço! Convidar a revista, que é o orgão de imprensa da guerrilha é o mesmo que convidar a própria guerrilha e não adianta dizer que não. Embora se bata pelos direitos humanos, pela liberdade e justiça, o PCP não foi capaz de não convidar este grupo terrorista, não foi capaz de condenar a sua acção, nem de lamentar quem morreu e foi raptado por aquela milícia. Não foi capaz de condenar, em 2006, o caminho utilizado para conquistar o poder ou para o estabelecimento de uma sociedade mais igualitária, de cariz socialista, que é o que pretende a guerrilha. Assim sendo, e depois de haver pessoas com muita responsabilidade no PCP, e na própria nação, visto que era e é deputado, que duvidaram que a Coreia do Norte não fosse uma democracia, o PCP morreu para mim enquanto coerência política e ideológica adaptada aos tempos que atravessamos e à realidade contemporânea. Não mais me interessarão as opiniões dos seus líderes, o partido que já foi grande e actual, é um moribundo, à procura de um espaço no espectro político que já não existe.

06/09/2006

A alegoria da caverna

O concerto de Pearl Jam no Atlântico de 05 de Setembro foi outro marco na minha existência. Num primeiro momento mais por ver a banda, como se revisse velhos amigos, daqueles bons. Mas depois foi mesmo por poder ter Pearl Jam, aquela banda que enche o palco como muito poucas sabem fazer, a poucos metros de mim. Como já havia explicado num post anterior, esta banda representa uma altura muito peculiar e marcante da minha vida. Não tanto pelos seus últimos albuns. No entanto poderia lá deixar de ir ao Atlântico.
Cheguei tarde, fiz gala de me estar a marimbar para a banda de abertura, estava ali por Pearl Jam. E foi bom assim, menos stress e cansaço à espera. Fomos logo para a sobremesa.
Mas a sobremesa estava esquisita, o som era horrível, abafado, como disse a Marta "é aquele som, quando estamos na casa de banho num casamento, com os copos, e ouvimos a banda a tocar lá fora"! Sim, era isso. E não podia ver o palco, tal era a altura média do público. E assim foi durante mais de 1 hora, tentando furar entre o pessoal, mas esbarrando sempre numa torre. E descobri uma nova espéie de público: os loucos pela captação de imagens. 3 em 5 espectadores estavam constantemente a tirar fotos ou a gravar imagens, alguns nem davam conta da música, só queriam fotos, e tapavam-me sem pudor a visão, já de si astigmatizada e deficiente face à baxa colocação do palco. Durante este tempo diverti-me a ver as sombras que os potentes focos desenhavam na parede do lado esquerdo, onde via o Eddie Vedder a cantar e dançar. Sim, estava na Alegoria da Caverna de Platão, não conhecia a realidade, apenas me deixei transportar na virtuosa capacidade de imaginação do que seria a banda, mirando-a na parede, a silhueta escura a ondular ao sabor da música.
No fim, tivemos a compensação pelo dobro do nosso investimento de € 33, quando as luzes de todo o imenso pavilhão se acendem e a banda deixou de estar no palco e passou a ser um de nós, uno, indivisível, uma massa única de orgia dionísiaca (musical, claro). Não me apetece escrever mais, nenhuma palavra deste modesto bloguista poderá descrever o sentimento de exultação e satisafção sentida.

03/09/2006

Azar...

Certas desgraças quotidianas julgava serem da exclusiva competência do teso e anónimo. Como aquelas do suar do rabo e ficar com a marca nas calças claras numa cerimónia tipo casamento; ou então beber o detergente para o lavatório a pensar ser limonada; ou até ficar empanado no meio da estrada com o seu automóvel em pleno Domingo (nem dá para perder umas horas de trabalho). Bem, pelo menos esta última percebi hoje ser uma competência que assiste aos famosos também. É que hoje, no caminho para Sintra, após mais um frustrado dia de praia na Praia Grande (porque volto lá eu!?) dei de caras com um automóvel parado na faixa a obrigar os demais a fazer fila. Quando passo pelo veículo em questão dou conta que a menina semi- atraente que está a retirar o triângulo de sinalização (sem colete de sinalização!!) é a querida Rita Ferro Rodrigues, com uma cara de cú, capaz de assustar mais que o palhaço da McDonald's o Ronald. Nem resisti a passar mais devagar para fazer um sorrisinho jocoso á infeliz menina.

02/09/2006

O recomeço


E de repente é Setembro.
A vida volta paulatinamente à cidade. A cor invade a baixa, invade o centro cultural. A discussão irrompe pela fauna e flora urbana num ápice. As televisões, a rádio, a imprensa escrita, todos acordam do sono de um mês. Os veraneantes, muito subitamente, secam os fatos de banho e sacodem das toalhas a areia, vestem as suas melhores roupas e trocam as sandálias pelo sapato casual. Os políticos começam a desenterrar-se e a emergir da penumbra estival. Os alunos reabrem os livros cobertos de pó. A sardinha perde o seu fulgor, e recomeça a vindima. Os aprendizes de oradores e de gente importante regressam aos palanques para discursar e para fazer o futuro.
É o fim da estação dos banhos, do Verão e todos regressam para mais um ano de rotina.