27/06/2006

GNR de serviço

Admito que me apetece escrever umas linhas mas ando ocupado com a minha cabeça noutro lugar. Além disso, por estes dias existe ainda outro lugar onde a minha cabeça se refugia de quando em vez: Alemanha! Baahhh!!
Estudei muitos anos, licenciei-me em ciências humanas, estudei o profundo e o fundamento do colectivo humano...mas perco a cabeça quando vejo futebol, muito particularmente quando estão em campo as minhas preferências clubísticas ou a selecção nacional de futebol, formalmente a equipa organizada pela Federação Portuguesa de Futebol (muitos já elevaram o nível destes homens e já só a eles se referem como a Selecção! Como se de sobrenaturais se tratassem).
O que se passa é que são tratados com uma deferência digna de qualquer soberano numa ditadura monárquica: horas de telejornais, a abertura destas, em manchete, o prime time dos canais todos, capas de jornais, revistas invadidas com as suas caras e as suas famílias, as suas histórias (desinteressantes) de vida, e o mais importante, união nacional absoluta e incontestada do povo à volta destes atletas, com bandeiras portuguesas pregadas em qualquer apoio da casa, do carro, do nosso corpo (já vi pares de mamas com a palavra Portugal. Muitos portugueses sofrem mais com estes jogos tipo o da Holanda do que sofrem com qualquer outra coisa. Já estou a imaginar haver um acidente, ligeiro, e o outro condutor a dizer que não foi nada, é só o radiador e a cabeça do motor para o galheiro, mas tenho que me ir embora porque está a começar o jogo de Portugal. E a polícia não aparece antes do fim do jogo...
Já se percebeu que eu poderia ser o condutor com pressa ou o GNR de serviço!