29/08/2006

Fotos minhas


Hoje relembraram-me que dentro de dias vou assistir ao um dos concertos de Pearl Jam. Olhei para o SMS no telemóvel e recordei os dias de lá atrás. Num repente desfilou sobre o pequeno ecran do telefone a escola secundária, os All-Star e os Redley sem atacadores, desfilaram menos 15 anos, menos 10 anos, mais cabelo, menos corpo e essencialmente menos barriga, as borbulhas, cabelo comprido, menos pêlos, camisas aos quadrados, o despertar e descoberta da sexualidade, os sentimentos exagerados, mais borbulhas, os livros, o futebol nos pelados e nos cantos da rua, os bocados atrás do pavilhão aos beijos, o meu rádio Philips com um só deck para cassete, os preservativos que Randall que eram os mais baratos da farmácia e mesmo assim eram caros como o raio que o parta, a minha aparelhagem também ela Philips, com CD e móvel cheio de cassetes pirateadas da rádio Íris, do programa da noite aos fins-de-semana, as noites no jardim, no parque, na rua a vaguear, as férias de sonho com os amigos que nunca se concretizaram, as tardes a fazer amor no quarto a ouvir se o elevador parava no meu andar, as manhãs ao telefone fixo, o Herman Enciclopédia, as cassetes de vídeo mal gravadas e chaias de estática, o Ruptura Explosiva, as estrelas cadentes das noites de Verão... Pearl Jam é mais que uma banda que se ouve na rádio, é um cadinnho de memórias perdidas na vastidão da nossa vidinha, mesmo que ainda jovem; são poemas da nossa juventude, o grito de revolta da adolescência.