Eu devia andar mais vezes de comboioSomos uma Nação democrática, com um estado organizado e com níveis de eficiência relativamente estáveis e aceitáveis, e por norma os cidadãos portugueses cumprem as regras impostas pelo Estado. Certo? Não, claro, senão esta pergunta era totalmente desprovida de sentido. Nas estradas portuguesas vale tudo, desde ultrapassagens em todos os sentidos, até a marcha atrás nas rotundas, nas auto-estradas, semáforos vermelhos intepretados como verdes, etc. Em Lisboa então o melhor mesmo é ser estóico e aceitar o facto que não há leis para além da lei da buzina - quem tem a maior impõe mais respeito.
Quem conhece sabe que é verdade.
Esta manhã, amoroso seguia eu para mais um dia de intenso labor, desodorizante fresco no sovaquinho, perfume ainda a deitar cheiro, tez deliciosa quando na passadeira um peão insulta um condutor. O condutor sai do seu jeep 2.5 e corre em direcção do peão para parar a 20cm daquele e encostar a sua afilada penca na testa do outro, trocaram demoradamente insultos, empurraram-se e ninguém foi capaz de dar um soco. Foi de tal modo ridículo que o peão levava enfiados nas orelhas um par de phones e nem um lhe caíu, apesar da contenda. Entretanto os automobilistas que tinham pressa buzinavam e insultavam os 2 mongas que ali, no meio da estrada gastavam a sua testosterona. Quando um deles estava prestes a caír em cima do capot do meu popó passei-me e desatei a apitar e a gritar que queria ir trabalhar! Aí pára tudo. Eu quero ir trabalhar?
