04/02/2010

Outubro de 2010

Tenho sempre algum medo de ferir susceptibilidades, afinal sou useiro e vezeiro em tiros de ignorância. Isto porque não entendo o porquê desta situação. Não consigo estabelecer uma relação entre uma coisa e outra: o que tem a visita papal (que vai inclusivamente vetar a nossa cidade ao caos no trânsito - esta era uma boa data para férias ou days-off) a ver com amnistias a cidadãos condenados em tribunal?
Fugindo dos termos legais, procurei analisar esta merda do ponto de vista de «espírito da lei», do que significa para o cidadão, para o adorado contribuinte, estes indultos e nada mais consegui espremer de mim do que:
  1. o Papa tem que representar para o nosso Estado um sentimento qualquer de remissão, que a justiça portuguesa só consegue recriar quando o Papa cá vem, o que quer dizer que a justiça é cega mas non troppo
  2. esses cidadãos condenados são beneficiados em relação aos demais que, em crimes semelhantes, bateram com os costados no cárcere anteriormente e não viram aos quadradinhos o Papa a comer bacalhau com broa em Fátima com o D.Jorge Ortiga, o D. Policarpo e o D. António Marto. 
Não sou nada contra os indultos, mas que tem o Papa, que é uma entidade religiosa, a ver com a Justiça de um Estado laico?
Será que quando os U2 cá vierem em Outubro aquela multazinha de Agosto de 2007 é finalmente arquivada para o dossier dos «Caga-Nisso»?