Chegou a hora que temia desde há varios anos: preciso mesmo comprar um fato.
O tal fato que serviu para todos os casamentos, baptizados, recepções a embaixadores, despedidas de solteiro nos strips de lituanas, eventos políticos, etc, desde há 10 anos chegou ao fim da sua vida. Era tão companheiro e carismático que até tinha um nome: Orlando. Eu e o Orlando passámos bons momentos, bebedeiras bíblicas, conhecemos muitas gravatas juntos.
Na realidade apenas agora assumi que não me serve. Aliás, não sei se me serviu alguma vez. No fim de o despir tinha sempre as marcas da roupa apertada no corpo. Aquela gaita deve ter encolhido ou trocaram-mo na lavandaria. Ia sempre 2 meses antes emagrecer para o casamento do Fulano ou para a entrega dos prémios da empresa, mas acabava sempre por parecer o boneco da Michelin com gravata e sapatos engraxados.
Querida, vamos às Amoreiras hoje à noite.
