12/05/2010

É já a seguir

Hoje é em Espanha. Há umas semanas foi na Grécia e antes na Irlanda. Por cá, é uma questão de esperar. A redução da massa salarial, ou como mais se aventa, o corte de um 13º ou 14º mês dos funcionários do Estado, vulgo função pública (assim mesmo, com letra pequenina) é a mais que provável solução para ajudar o Estado a salvar a Economia, através da redução de despesa, atenuando o défice público.
Isto, entre outras coisas, para 1) permitir que possamos continuar a pedir emprestado ao estrangeiro e não tenhamos que pagar taxas de juro altíssimas, devido ao risco de incumprimento dos pagamentos, por termos contas desiquilibradas; 2) para não fodermos a eurolândia. Assim nos ajude o Santo Padre, Angela Merkel (que é quem manda de facto agora nos países do Euro), a Moody's e o Saviola.
Ignoro quase em absoluto os teoremas da economia moderna, mas sei que a administração pública sofre de problemas que nunca se resolveram por falta de coragem dos políticos, e que o maior cancro desta casa gigante está na incapacidade dos dirigintes - a impossibilidade de despedimento, a progressão automática (agora convertida em paralisação obrigatória), a falta de formação, o não reconhecimento do mérito - tudo isto convida à mais merdosa atitude profissional. Enquanto o mérito não for o paradigma novo e continuarem a existir no sector público lugares ocupados por filiados/militantes, filhos de fulanos (e nem estou a falar de cargos de nomeação), gente protegida e em quem não se pode mexer , mas todos acometidos de uma invulgar incompetência, enquanto continuar a existir desperdício atroz dos recursos públicos em todos os sectores, desde o local ao central, não vou tolerar que me mexam directamente no bolso. Sei que é um simbolismo, porque o Estado suga-me o que quiser, de que forma for, mas não me conformarei.
E desta vez estou disposto a atravessar a última fronteira pessoal e em vir para a rua com a execrável Avoila e os restantes sindicalistas, porque agora eu preciso que o Estado dê um sinal concreto e não que sejam os funcionários e pensionistas a pagarem pela incompetência na gestão dos recursos públicos (a propósito, uma boa parte dos argumentistas desta tragédia estiveram 2ª feira reunidos com o PR, preocupados).