09/09/2009

Não aprendi a nadar no Tejo

Nesta manhã lúgubre lia eu o DN enquanto tomava a minha dose matinal de cafeína. Na última página surge - quem mais? - O Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Opinava ele sobre o materialismo histórico aplicado ao direito e constituição portuguesa e a forma como isso afecta as relações de propriedade dos cidadãos neste início de século? Não, pá, era sobre o actual estado da selecção de futebol. E dizia que se Portugal não for ao Mundial é uma perda monumental e o Queirós tem que ir embora. A minha interpretação.
Não há nada sobre o qual este tipo não emita opinião? Ele é política, economia, finanças, educação, golf, ténis, charutos, literatura, literatura-não-considerada-literatura, música, Planeta dos Macacos, futebol, ranhoca de bebé, Álvaro Cunhal...
No fundo o Marcelo é mais um de nós, os emissores de opinião. Todos os taxistas de Alcântara que me levam ao Bairro desde 2007 me têm revelado não concordar com as grandes opções do plano e com a distribuição de fundos previstos no QREN. E também me disseram desejar a biqueirada no rabo do Queirós depois de não nos levar ao Mundial.
A diferença é que este gajo já nadou no Tejo e, com excepção de um escritor que ainda ninguém conhece, mas que vão conhecer um dia, nenhum outro tipo que eu conheça se pode vangloriar disso.