04/12/2009

Este sim, um conto de Natal

Palavra de ordem em Dezembro: jantar. Quem  não tem mais de 10 jantares de Natal não tem mais de 20 amigos no Facebook ou 50 followers no Twitter seguramente.

Todos os grupinhos de gente quer juntar-se para jantar em Dezembro. Eu gosto de jantar. Mais € 5 para a prenda da loja chinesa, mais os copos, mais o táxi, são € 50 euros por celebração.
Distantes os tempos em que não trabalhava, logo não era obrigado a dar prendas a ninguém. Longe vão aqueles tempos em que não trabalhava, logo chorava 2 contos ao meu pai para comprar uma prenda à mãe. E vice-versa. Gastava 500 paus numa treta e ficava com o resto para bifanas e vinho branco a copo na tasca-bordel. Talvez sobrasse algum para aqueles pastéis de nata obscenos de meio quilo. Era o equivalente aos jantar de empresa.

Igualmente distantes as tardes de véspera de Natal com o pessoal a olhar para a tv, desejando que a consoada não tivesse que ser passada com os tios-avós que cheiravam a campo hortofrutícola e outros velhos que tais. Pijamas era o que se desembrulhava todas as Santas Consoadas de Natal. Este ainda mais feio que o do ano passado. Ahh, umas botinhas de lã, sim tenho 15 anos, estou a deixar crescer o cabelo como o pessoal da música, sonho com sexo com uma regularidade adolescente, mas estas botinhas tricotadas em lã são mesmo fixes, Tia...

Este ano sou eu o dono do bacalhau na Consoada. Mas não das batatas e das couves. Sou eu o dono do tinto que nos vai aquecer a alma e fazer o meu pai passar pelas brasas das 23h às 23h15 e as prendas vão ser mágicas. Espero que haja Fado à meia-noite.
Bom, as prendas vão ser mágicas, mas primeiro tenho que as comprar. Marcar aqui na agenda e gastar os restinhos do subsídio.