24/05/2007

Governança cansa

O Governo e o Partido Socialista deram, neste últimos 2 dias, bons argumentos para os que fazem oposição. Pior, deram bolas para correr a quem se sente descontente ou apreensivo com o rumo do país com a governação Sócrates.
As pérolas começam com a Directora Regional de Educação do Norte a suspender um professor por este, alegadamente, ter feito uma piada aludindo à licenciatura do Primeiro Ministro. Se bem que à primeira vista estamos perante um caso de excesso de zelo, ou de excesso de poder, ou de perseguição política, ou de todas elas, mais vale esperar pelo apuramento dos factos, pois Portugal ainda é uma democracia. Recomendo esta leitura, para uma visão diversa à que se retransmite nos media e blogosfera adversa ao PS. Depois o jamais em francês do Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, completado com a afirmação que seria faraónico construír o novo aeroporto de Lisboa na margem sul do Tejo porque "é uma zona onde não há gente, onde não há escolas e hospitais, cidades, indústria, onde não há comércio e hotéis", "Não é num deserto que se faz um aeroporto"... a sul do Tejo, no distrito de Setúbal são 800 mil habitantes.
Para completar o ramalhete, hoje é o Presidente do PS, Almeida Santos, decano, e, quiçá decadente, da democracia nacional, a fantasiar e a bramir algo como "o sul tem um defeito que é o facto de precisar de pontes para passar para o lado norte. Suponha que é dinamitada uma ponte. Hoje, o terrorismo está na ordem do dia. Quem quiser criar um grande problema em Portugal em, termos de aviação internacional dinamitando uma ponte desliga o norte do sul".
O Ministro Lino deveria estar realmente empenhado em explicar aos tristes porque o aeroporto deve ser na Ota e não noutro qualquer lado, evitando expôr-se assim, parecendo um patêgo a urrar comentários imponderados. O Almeida Santos vale o que vale, culpa dos jornais que lhe dão demasiada importância. Quanto à questão da DREN o governo já deveria ter tirado a limpo e demitido a directora geral se abusou do poder ou defendendo-a se cumpriu o seu dever enquanto superior hirárquica de um professor que pisou o risco.
O PS e o Governo não podem continuar calados quando as situação não são de feição. Por outro lado, alguns ministros, como o da Economia e os das Obras Públicas deviam aprender a gerir os silêncios, para que as borregadas que cospem para o ar não lhes caiam em cima.