Panorama noticioso nacional em Agosto Finalmente começou a época das eleições. Daqui para diante não há volta a dar. Teremos eleições dia e noite nos telejornais.
A época dos fogos terminou com as chuvas e com o fim das férias políticas e sociais. Sim, porque os incêndios devem desenvolver uma inteligência qualquer que os faz arder apenas no periodo de férias.
Mas outros especialistas nestas questões também falam da corrida à cacha ou ao furo jornalístico, ou até, se não quisermos ser tão dramáticos, à mera busca de algo noticiável. No verão, como sabemos, as notícias enviadas pela Lusa para as redacções são acerca da cor do bikini da Vitoria Beckham, são acerca da dieta do Claudio qualquer coisa das Noites Marcianas, ou à lipoaspiração da qualquer coisa Jardim ou Lencastre ou Vasconcellos; quem sabe até, acerca do craque que está mesmo à beira de assinar pelo Benfica, apesar de nunca ter ouvido falar em Lisboa e muito menos no clubezinho que equipa de vermelho, ali dos lados da Estrada da Luz. As restantes notícias divulgadas pelas agências passa pelos incêndios, que como se tem visto, têm-se propagado exponencialmente desde que a TVI optou pelo estilo agressivo de fazer jornalismo, ou pelo aparecimento da SIC Notícias. Ou seja, NAO SEI QUE DIGO acredita que os incêndios são muito extensos e um real drama, principalmente para quem perde tudo ou quase tudo o que tem, mas a verdadeira dimensão nunca será conhecida de todos porque os media amplificam a realidade a uma construção exagerada. As pessoas ouvem falar em incêndios porque não há escândalos não relacionáveis com os fogos durante Agosto, porque os juízes e políticos andam a banhos e o futebol na pré época. Porque a populaça está em Quarteira a levantar-se às 10 ou 11 horas e a comer sardinhas, porque o Dr. está para o México ou Brasil, porque o café da esquina só abre a 1 de Setembro. Por estes motivos temos fogos em larga escala nas notícias, não existem outros motivos de interesse senão alimentar o imaginário do povo e vender mais uns minutinhos de publicidade entre a notícia do fogo do Sardoal e o reacendimento de Pedrógão, logo a seguir às medidas do governo para combater os fogos, sempre, seja qual for o executivo, a falhar de ano para ano na prevenção e remédio.
Por este ano isto acabou e tomem lá política interna, como nós gostamos, mesquinha e baixa. A começar com aquele debate inadjectivável com os candidatos por Amarante, com natural destaque para Avelino Ferreira Torres... Ou por qualquer um dos outros.
MEDO!!
