23/07/2005

E AGORA BRAGANÇA?


Alternadeira

Bragança acaba de ver a sua última e resistente casa de alterne fechada pela PJ.

Café Concerto Churido era o oásis onde os bragantinos iam beber a água que os refrescava no seu dia-a-dia. Voluptuosas, ou talvez não, brasileiras tomavam copos com a clientela enquanto conversavam acerca do esadod tempo e outras coisas que preferimos nem saber.

O problema era que o grupo de pressão "Mães de Bragança", o mais cómico desde o extinto Parodiantes de Lisboa, tanto perturbou a cabeça ao Presidente da Câmara, ameaçando-o com fotos comprometedoras deste enrolado com brasileiras no seu jipe, que o autarca acabou por ceder aos protestos das mamãs. Assim, solicitou à PJ que investigasse as dignas emigrantes empregadas nestas casas de especialidade dúbia e deportasse as ilegais. Ora, como os recursos humanos são os valores maiores de uma empresa, o Café Concerto Churido vendo-se privado destes, simplesmente fechou as portas.

Um dos clientes habituais da casa referiu a NAO-SEI-QUE-DIGO que agora volta a não ter que fazer à 6ª feira à noite - "vou ter que voltar a ver TV até às quinhentas".

Outro cliente, visivelmente revoltado, afirmou não ter "pachorra para ficar em casa" e vai voltar a cobrir ovelhas nas noites de sábado.

Falámos com um psicólogo, no sentido de compreendermos o fenómeno da abstinência alternadeira, trauma observável após longo periodo de exposição ao alterne e brusco interregno, e o que poderá ajudar a combater esta patologia, visível especialmente entre os homens do interior norte de Portugal, e que continua a crescer à mesma proporção que são fechadas casas de alterne e de especialidades obscuras. A resposta do especialista foi deveras vaga, deixando no ar qualquer mensagem que não foi possível ao repórter descodificar: "a resposta está na mão de todo e qualquer homem que sofra de abstinência alternadeira".