29/07/2005

FIM DO TERROR, IRA?


A imagem pode ser forte e fracturante, mas, como disse há dias Tony Blair, o terrorismo é inaceitável em qualquer parte do mundo, seja em Londres, Bagdad, Sharm El-Sheikh, Madrid, Istambul, Moscovo, Nova Iorque, atrevo-me a dizer até em Groszny, no Sudão, Vietname, Laos, Cambodja, Córsega, por aí fora. Não há jusitficações para o terrorismo e custa-me a aceitar, pelas mais diversas razões, que o IRA tenha um braço político tão influente como é o Sinn Fein, apenas garantido pela força das armas. Vamos ver se esse poderio político permanecerá com a deposição das armas anunciada e viragem para democracia política.
Temo, contraditóriamente, que o IRA perca a expressão política que tem actualmente e se volte de novo para as armas e terrorismo para ser tomado em linha de conta. Oxalá que saiba ganhar o seu espaço político e democrático, num "Estado" com tradições profundas nesse campo, como é o Reino Unido. É que, agora, este anúncio, é um bilhete só de ida. Qualquer retrocesso implica a sua descridibilização total, nomeadamente aos olhos internacionais, obviamente pouco tolerantes a comparações com acções terroristas perpetradas por apátridas radicais, fundamentalistas de culturas medievais.