17/07/2005

INVESTIGAÇÂO


De acordo com um estudo saído há pouco tempo, aquelas pessoas que usam e insistem em usar o colete reflector no banco da frente do seu automóvel, que também não raras vezes se vê no assento do pendura, não têm que necessariamente estar incluídos no grupo de pessoas que utilizam o seu automóvel para veicular a sua cultura popular, provinciana, o seu folclore.
Ou seja, fazer os seus bancos de automóvel reflectir não tem forçosamente que implicar o mesmo que usar um cachecol do Benfica no tablier, ou usar pequenas bandeiras nacionais enroladas à volta do encosto de cabeça, ou usar um enorme rosário no retrovisor, ou até usar um corno, pata de coelho e trevo de quatro folhas nesse retrovisor. Não tem que significar que seja comparável ao uso de cortinados/estores para automóvel estampados com uma imagem de uma qualquer praia idílica, ou até mesmo com um leão do Sporting. Não tem que ser equiparado ao uso de rendas na chapeleira do carro ou até ao uso de almofadas de lã feitas pela avó. No meu crer, estas pessoas não têm que possuir os mesmos de sentimento de pertença cultural que o camionista de bigode que enverga um enormíssimo anel dourado, tal como enorme é o seu fio de ouro, bastante visível por entre os tufos de abundante pêlo negro, brotando para fora da camisola de alças, e que dispõem na sua cabine do camião calendários de loiras, morenas, negras, mulatas e, quiçá, asiáticas, todas elas com facilmente inflamáveis formas e voluptuosos peitos, coxas lisas e esculpidas por mestres de artes, ancas maravil... (já se percebeu a ideia, não foi?).
Enfim, como dizia, essas pessoas que andam sempre com o colete à mão, não são mais que pessoas insuficientes em confiança e auto-estima, sempre temendo o pior, amarguradas pelo receio de terem a qualquer altura um terrível acidente causado por sua negligência. São pessoas, segundo o dito estudo, que nem arriscam pôr o pé fora do carro temendo serem colhidos por um qualquer condutor incauto. Na investigação foram registados casos de agentes sociais com uma auto-estima tão baixa que até para colocar combustível sacavam do colete.
São pessoas pessimistas, não crentes no seu potencial. Ao contrário de mim, sempre confiante e optimista, tão positivista que ainda nem o tirei o meu colete reflector do saco para lhe ver a cor. Este estado de espírito pode ser alcançado lendo e seguindo um qualquer livro de 12 Passos.
Um conselho aos tarados do colete: quando saírem para mijar, a meio de uma viagem, não usem o colete, ninguém vos quer ver com o periquito na mão.
Espero ter contribuído para o debate do colete reflector, desmontando alguns pré-conceitos e pré-noções acerca dos indivíduos que usam colete reflector nos bancos da frente do automóvel, sempre tão estigmatizados e confundidos com os bimbos.